As comunidades são formadas em grupos para actividades específicas. Existem membros de Comités de Gestão de Recursos Naturais, matronas, mães-modelo, pais-modelos, promotores de Clubes da Rapariga, produtores agrícolas, entre outros envolvidos.
Após um período de incepção de 6 meses, o Programa de Desenvolvimento de Meios de vida, iniciou a implementação de actividades de campo no início de 2023. Nesta senda, o “Progressus” colheu sensibilidades em locais estratégicos, nomeadamente, Mangú, Sirilo, Canda (Gorongosa); Nhamocolomo (Maringué); EPC Santa Fé, Mazamba (Cheringoma); Matenga, Muerezi (Muanza); Nhamacuenguere (Dondo); Bebedo (Nhamatanda)“.
Após a auscultação comunitária, os beneficiários são identificados com base em critérios acordados entre o PRG e as comunidades.
Para o produtor de Nhamacuenguere, em Dondo, João Domingos, isso é “exploração”, começou por lamentar. “Há projectos semelhantes que aparecem com a ideia de querer nos ajudar na Agricultura, os recebemos, trabalhamos, depois a pessoa que nos sensibilizou para aderirmos não aparece porque já conseguiu o que queria, e começamos a ouvir em fofocas que o projecto terminou. Ficamos com muitos produtos sem mercado. Pelo menos nos despedir.
Os produtores dizem que os projectos que ali chegam, não conseguem dar semente, nem enxadas. “Só nos usam, mas eles têm salário no fim de mês.
Agora, as comunidades estão com espectativas em relação ao SLPD na região. “Os projectos do PNG não falham”.
O Projecto de Restauração da Gorongosa adopta uma abordagem de implementação inclusiva de programas, no qual vários grupos comunitários, por exemplo, Comités de Gestão de Recursos Naturais, Grupos de Produtores, Comités de Gestão de Água e Saneamento, Promotores de Educação da Raparigas, Mães e Pais modelos, participam activamente no processo de desenho e materialização das actividades nas comunidades circunvizinhas do PNG.
Alberto Luís Simões é produtor de Nhamacuenguere. Diz estar feliz ao ouvir a chegada do Programa, mas “a nossa preocupação é de não termos tractor que possa nos ajudar no tempo de lavrar a terra. É a mesma opinião da Gorongosa.
“Precisamos de um tractor que pode nos ajudar. Quando alguém tiver dinheiro pode comprar combustível e procurarmos alguém que sabe conduzir para nos facilitar”.
De Nhamacuenguere, interior de Dondo, fronteira com o vizinho distrito de Muanza, sai em quantidades significativas o gergelim, milho, tomate e outros produtos apreciáveis. E Gorongosa é um dos celeiros tal como Nhamatanda, em Sofala. Mas as vias de acesso e a falta de mercado próprio contribuem negativamente no sucesso das comunidades.
Já acontecendo e querem “empurrão”
Após a auscultação comunitária, os beneficiários são identificados com base em critérios acordados entre o PRG e as comunidades.
Samuel Luiz Donça, com nove filhos faz parte de um grupo de produtores de piri-piri em Muanza, no povoado de Matenga. Agora confia no apoio do Parque para tudo dar certo. Do outro lado, “a Gorongosa já se explicou e deu cartão de identificação a cada membro para facilitar benefícios directos nas comunidades, facilmente controláveis por GPS”, confirmou Donça.
As comunidades dos cinco distritos dizem que já sabem como produzir de forma regrada com apoio da Gorongosa e querem aumentar os campos de produção com esta ajuda.
Samuel Luiz Donça e outros membros do campo de produção de quase um hectare de piri-piri, querem ver seus filhos a serem jornalistas, tal como a equipa jovem do “Progressus” que os entrevistou.
Todos dizem estar de olho ao que o Parque quer avançar. “Estamos de mãos abertas”, considerando que também produzem hortícolas, milho e gergelim sem mercado.
Enquanto isso, no distrito de Maringué, na localidade de Nhamacolomo, o Comité de Gestão de Recursos Naturais gerido pelas comunidades locais, quer reflorestar a Zona Tampão da Gorongosa. Consequentemente, ali ao lado da Estrada Nacional Número Um (EN1), existe um viveiro chamativo por quem passar dali. (Luísa Franque e Muamine Benjamim – Extractos de Progressus).