Os animais considerados problemáticos que mais estão na memória da população de Chemba, são os elefantes, hipopótamos e crocodilos – como se tem o histórico.
De 2022 a 2023, Chemba registou aumento de um caso, passando de 11 para 12 mortes por ataques.
O dia de apresentação do novo administrador, Bento Zeca, à população de Chemba, coincidiu com ataque mortal de crocodilo a uma mãe de quatro filhos. E sendo que já havia plano de solicitar profissionais para abaterem os animais, a ideia foi reforçada com o novo dirigente.
Os homens de abate de animais problemáticos e supostamente supersticiosos, chegaram no distrito de Chemba, na semana passada. Mas na terça-feira (05.03.2024), não fizeram as actividades porque aguardavam pela autorização do executivo local.
A situação obrigou a população a amotinar-se em frente ao edifício do novo administrador para exigir resposta. Mas Bento Zeca estava na cidade da Beira de missão e aguardando pela resposta dos superiores para o abate. Ali foi possível ouvir “o Governo não nos quer, porque não é família dele que está a morrer… Crocodilo é que tem valor, não nós”… Era a forma de descarregar a fúria.
Já na sexta-feira, um dia depois de um crocodilo falhar uma mãe ainda no rio Zambeze, uma informação reanimou a população ao ouvir que o Governo já aceitou para o abate dos animais, ficando na ideia de se esperar pelo regresso de Bento Zeca, da Beira. Esta reacção surgiu depois de uma reportagem do semanário “Profundus”.
Quem são os que querem abater os crocodilos?
O jovem António Chinkhono, de 29 anos de idade, é o chefe do grupo de quatro homens, todos malauianos.
São os mesmos homens que há dias, foram reportados pela media que teriam matado um crocodilo em Tambara, na província vizinha de Manica. E eles contam “25 crocodilos” só naquele distrito, segundo António Chinkhono.
Já vinham fazendo desde o país de origem, mas intensificaram as actividades em Moçambique.
Esses dados criam outro debate na Conservação ambiental.
Entrevistado pelo “Profundus Online”, António Chinkhono conta que o grupo consegue capturar os crocodilos através de “anzol com carne de cão”.
“Capturamos só os animais problemáticos supersticiosos”, disse António Chinkhono, avançando que trabalham nas noites ou pela madrugada.
O grupo não chegou de revelar os detalhes do trabalho, mas garantem que só capturam os animais problemáticos e supersticiosos. E isso é o que chama muita atenção ao Governo local, perspectivando o futuro.
A sua deslocação para qualquer canto depende muito de pessoas interessadas. No distrito de Chemba por exemplo, os homens foram chamados pelos líderes comunitários.
A cobrança pelo trabalho varia de “20.000 a 25.000 meticais”.
Na quinta-feira passada, um crocodilo aterrorizou a população de Chemba pelas margens do rio Zambeze, ao tentar atacar, chegando até de arrancar uma botija vazia de 5 litros – recipiente usualmente para conservar água.
Esta reportagem dá segmento a publicada no semanário Profundus-PDF, edição nº Profundus166.08.03.2024, na qual o Governo de Chemba garantiu “sinergia” por uma equipa multissectorial para o abate dos animais. (Rosário Phoinde Ntepa).