A Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique atribuiu, na terça-feira (27.03), o Prémio Mulher de Coragem da Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) de 2024, a advogada, defensora dos direitos humanos com foco na Violência Baseada no Género (VBG) desde 2001, e activista social Júlia Wachave pelo trabalho que tem vindo a desenvolver para proteger e advogar pelos direitos das mulheres e das raparigas em Cabo Delgado.
Durante a entrega do prémio, o Embaixador dos EUA para Moçambique, Peter H. Vrooman, com uma voz carregada de admiração, detalhou a jornada incrível de Wachave e o papel que ela tem desempenhado na sensibilização sobre os desafios que as mulheres enfrentam naquela província. “Corajosamente, ela superou sérias ameaças à sua vida,” ele observou, “promovendo e protegendo os direitos humanos das centenas de milhares de mulheres e raparigas de Cabo Delgado. A sua dedicação ajudou a criar um futuro mais seguro e esperançoso para algumas das populações mais vulneráveis do mundo.”
Por sua vez, no acto da recepção do prémio, a Julia Wachave falou sobre as conquistas realizadas e a sua motivação ao longo da sua carreira, deixando uma mensagem emocionante de agradecimento e reconhecimento. “Antes de mais, partilhar este prémio com a minha mãe aqui presente. Estou a trabalhar em Cabo Delgado há mais de 14 anos, e durante estes anos hoje temos acompanhado realidades duras. Trabalhamos para hoje ter estratégias, políticas, e mudar vidas de muitas mulheres”, partilhou a Wachave. “Toda mulher que vem ao mundo vem para realizar os seus sonhos com os seus direitos. Então não podemos tirar o sonho de uma mulher!” Disse a Wachave.
Actualmente, Júlia Wachave é a Directora Executiva da Associação para a Protecção das Mulheres e Meninas (PROMURA) em Cabo Delgado e foi anteriormente coordenadora provincial de Cabo Delgado da Rede de Defensores dos Direitos Humanos de Moçambique.
Wachave esteve na vanguarda da prestação de assistência às mulheres deslocadas internamente nos distritos do norte de Cabo Delgado. Em parceria com a ONU Mulheres, Serviços Sociais Provinciais e outros parceiros, prestou uma primeira resposta às mulheres em centros de trânsito com kits de dignidade.
Wachave participou em vários fóruns realizados a nível central para relatar a situação crítica das mulheres e meninas deslocadas pelo conflito em Cabo Delgado.
Este prémio não é apenas um reconhecimento da coragem e resiliência da Júlia. É um farol de esperança para todas as mulheres e meninas em Cabo Delgado e um lembrete poderoso do impacto transformador que uma pessoa pode ter.
A história de Júlia Wachave é um chamado à acção, um grito por justiça, e um hino de esperança para as gerações futuras. (EUA/Profundus PDF).