No último domingo, nas Ilhas de Moçambique, um acidente matou 98 pessoas, incluindo 55 crianças, 34 mulheres e nove homens, havendo registo de 16 sobreviventes e restantes desaparecidas das 130 pessoas que estavam a bordo. A embarcação artesanal tinha capacidade para 13 ocupantes.
Ontem terça-feira, “o Conselho de Ministros da República de Moçambique decidiu decretar luto nacional de três dias, a partir das 00:00 do dia 10 de abril de 2024 [a partir de hoje] até às 24 horas do dia 12 de abril de 2024”, disse o porta-voz do Governo, Filimão Suaze, depois da sessão semanal do executivo.
“Durante o período de luto nacional, a bandeira nacional e o pavilhão presidencial serão içados a meia haste, em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique”.
O Conselho de Ministros vai criar uma comissão de inquérito para aprofundar as circunstâncias, causas e responsabilidades em relação ao acidente e submeter recomendações ao Governo.
Em relação à desinformação sobre a cólera que levou a fuga das pessoas vítimas do naufrágio com destino à Ilha de Moçambique, o porta-voz do Governo defendeu a “intensificação” das campanhas de educação e sensibilização das comunidades sobre as causas e tratamento da doença.
“Uma equipa que inclui representantes das Nações Unidas foi enviada para a área, para apoiar os esforços de resposta das autoridades nacionais e para prestar apoio aos sobreviventes e às famílias afectadas por esta tragédia”, disse a coordenadora residente das Nações Unidas e coordenadora humanitária para Moçambique, Catherine Sozi, em comunicado divulgado ontem.
Detenções
A embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros e não tinha condições para o efeito. As pessoas a bordo fugiam do surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.
O dono e um responsável pela embarcação estão detidos, disse à Lusa a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, Rosa Chaúque.
Os dois “já tiveram atendimento médico e encontram-se, neste momento, sob custódia policial”.
O barco saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, com destino a Nacala, tendo a bordo 130 pessoas. (Profundus).