Os trabalhadores queixam-se de maus-tratos do patrão chinês do novo Super Mercado do Povo, localizado ao lado do antigo terminal de Nhamatanda, em Sofala.
Hoje, os trabalhadores marcharam em vão até ao Conselho Municipal de Nhamatanda (CMVN) abandonando os postos de trabalho. De lá, tiveram a orientação de voltarem ao Mercado, mas não trabalharem.
Tudo começou no dia 7 de maio em curso, com a mudança de plano do patrão que tinha dado uma hora para os trabalhadores comerem, mas mudou repentinamente para quase a metade do tempo. Na reivindicação desse direito antes acordado entre ambas partes, o patrão puniu algumas meninas (sete dias de pé, das 8 às 20 horas), depois aumentou para 30 dias, faltando agora 23.
Uma delas, é Sara que chegou de ter inchaço dos pés.
Os trabalhadores não tinham férias, quando pediram ao patrão, aceitou apenas um domingo para cada trabalhador num mês. Mas por causa de um dia, passou a cortar o salário de 9.000 para 8.000 meticais que são pagos em físico.
Das várias, está a Suneila Zacarias que não sabe se voltará a trabalhar, depois de se queixar de dores durante a punição de pé. Abandonou o local depois do patrão insistir que permanecesse ali. Dias depois regressou com Atestado Médico para comprovar que estava doente, mesmo assim, o chinês orientou para aguardar pela resposta até próxima segunda-feira.
Os trabalhadores devem se virar para comer nos tais minutos que o patrão decidiu. Alguns preparam a comida nas respectivas residências para comer no almoço.
É um assunto do conhecimento das autoridades do distrito. Segundo contam os queixosos, o administrador de Nhamatanda já esteve ali por duas vezes e viu as meninas de pé.
A representante do Sindicato de Trabalhadores em Nhamatanda reconheceu o facto, tendo aconselhado aos queixosos a permanecerem ali.
Em conversa com Profundusmz.com, Sandra Gonçalves Gora disse que ia ao encontro do administrador de Nhamatanda, Adamo Ossumane sobre o problema, garantindo mais detalhes depois da reunião.
Em conversa com Dércio Cavadias, advogado do Supermercado do Povo, garantiu que não sabia o que estava a acontecer em Nhamatanda.
Cavadias está há quase dois meses como advogado naquela “entidade”. “O que posso tentar é apurar com o gestor para saber o que efectivamente está a acontecer”.
Neste momento, os trabalhadores estão do lado de fora do estabelecimento, num sonho de ver os representantes dos direitos de trabalhadores, dirigentes distritais ou mesmo mudança de plano do patrão. Eles querem trabalhar, mas não naquelas condições. Mais detalhes na próxima edição do semanário Profundus (PDF). (Muamine Benjamim).