Venâncio Mondlane apoiado pelo partido PODEMOS acaba de anunciar que na segunda-feira próxima vai anunciar a última fase das manifestações designada “ponta de lança”.
Falando esta sexta-feira no habitual Facebook, Venâncio Mondlane ainda me parte incerta, disse que na segunda-feira próxima vai detalhar em que consiste a “ponta de lança”: “Na segunda-feira, vamos indicar quais são as manifestações da ponta de lança, da recta final. Essas serão diferentes de tudo o que fizemos até agora. O objectivo é a verdade eleitoral, a democracia e a justiça”, disse.
“Na segunda-feira, vamos ficar parados. Apenas as nossas mamanas do sector informal poderão movimentar-se. Todos os outros deverão permanecer atentos para receberem as medidas da ponta de lança”, disse Venâncio Mondlane, confiante na habitual obediência quando fala.
“Estamos muito próximos [dos objectivos]. Eles aterrorizaram-nos, meteram medo, mataram irmãos, mas estamos na recta final. Não podemos desistir agora”, motivou Venâncio Mondlane, para não desistirem, garantindo que até dia 15 de janeiro o movimento terá “muitas obrigações e compromissos”.
Venâncio Mondlane ainda acusa o partido no poder Frelimo estar a criar grupos de WhatsApp, para espalhar rumores sobre homens de catana em Maputo, mas segundo ele, isso é manipulação num tempo em que se reporta mais de 1.500 reclusos que escaparam da cadeia central de Maputo, dos quais até ao momento apenas foram capturados 150. Aliás, o candidato da oposição diz que a evasão foi manobra da Frelimo.
Segundo o relatório da Plataforma DECIDE, de ontem, quinta-feira, de 23-26 de dezembro, houve 134 mortes, sendo (5 de Cabo Delgado), (34 de Nampula), (4 da Zambézia), (2 de Tete), (33 de Sofala), (20 de Maputo Província), e (36 de Maputo Cidade). Portanto, em 66 dias da crise pós-eleitoral, Moçambique somou 261 mortes, 573 baleados, 4.199 detenções, seis desaparecidos.
Dados anunciados pelo CC
Lembre-se que o Conselho Constitucional, através da respectiva presidente Lúcia Ribeiro, chancelou a vitória de Daniel Chapo (Frelimo), Venâncio Mondlane (PODEMOS) ficando em segundo mais votado, seguido por Ossufo Momade (RENAMO), na presidência e nom fim Lutero Simango (MDM).
Para a Presidência, o CC reduziu os votos de Chapo em quase meio milhão, mas deixa-o com dois terços dos votos. Mondlane fica em segundo lugar com 24%, seguido de Momade (7%) e Simango (4%). A afluência às urnas é de 39,5%, o que sublinha o boicote anti-Frelimo. E para o Parlamento, o CC retirou 10% dos votos à Frelimo e a deu-os aos outros três partidos. O Podemos, com 43 lugares, torna-se o principal partido da oposição, seguido da Renamo (28) e do MDM (8). O Podemos é mais forte nas províncias de Nampula e Maputo, a Renamo em Nampula e Zambézia e o MDM em Nampula e Sofala. Como historicamente acontece, a CNE deu à Frelimo 100% dos lugares em Gaza, mas o CC deu 2 desses lugares ao Podemos. Enquanto para Assembleia provincial, a Frelimo ganhou os cargos de governador em todas as províncias, o que parece ter sido um objectivo. (Profundus).