O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) já disse que os seus deputados não vão tomar posse. Hoje, domingo, o partido Renamo, depois de uma reunião de quase 5h, também tomou a mesma decisão. Dos três partidos da oposição com assentos no parlamento moçambicano, o PODEMOS é o único que mantem a coragem de pretender tomar posse amanhã.
Está marcada a tomada de posse para amanhã. O partido Renamo entende que esta cerimónia está desprovida de qualquer valor solene, por isso, constitui um ultraje social no que diz respeito à vontade dos moçambicanos, pelo que não fará parte desta cerimónia de tomada de posse, disse o porta-voz da perdiz, Marcial Macome.
A Renamo diz que é preciso respeitar a vontade do povo, passando “necessariamente por realização de eleições livres, justas e transparentes e não em eleições administrativas”.
A Renamo entende que a melhor via de pacificação passa “necessariamente por anulação de resultados”, por isso, “não faz sentido que se aproprie de assentos administrativos [tomada de posse]”, explicou Marcial Macome.
A Renamo exorta para a continuação de luta pacífica para que a justiça seja reposta e que juntos possam caminhar para a construção de um Moçambique livre, justo e transparente. Com isso, igualmente, não vai participar da investidura na tomada de posse de Daniel Chapo, como Chefe de Estado.
Até ao momento, o partido PODEMOS é o único que confirmou a tomada de posse dos respectivos 43 deputados.
Lembre-se que o presidente do PODEMOS, Albino Forquilha foi membro da Frelimo que preferiu junto de outros criar PODEMOS. E já partilhou um comunicado cuja referência é SCI/25-01/011, indicando vice-presidente da Assembleia da República – Fernando Tomé Jone; chefe da bancada – Sebastião Avelino Mussanhane; vice-chefe da bancada – Rute Venâncio Manjate; relator da bancada – Elísio Calisto Muaquina; porta-voz da bancada – Ivandro Jordão Almeida Franco Massingue. E para membros da Comissão Permanente (CP), o partido indicou Carlos Tembe, Atija Momade Abacar Mussa e Almério de Jesus Gomane Tchambule.
Todos os quatro partidos mais influentes em Moçambique (MDM, Frelimo, Renamo, PODEMOS e Nova Democracia) já estiveram na mesa do diálogo, sem o autor das manifestações Venâncio Mondlane.
A Nova Democracia diz que na mesa de diálogo pretende contribuir com esforço genuíno para a verdade e integridade eleitoral; não reconhecimento dos resultados eleitorais fraudulentos, exigir a cessação imediata das hostilidades contra opositores políticos, libertação incondicional de todos os presos políticos e reconhecimento de Venâncio Mondlane como actor fundamental no processo que busque genuinamente a paz e a reconciliação entre os moçambicanos.
A Nova Democracia encoraja os moçambicanos a continuarem na luta pelos seus direitos e pela construção de um país livre, democrático e inclusivo.
Enquanto isso, os deputados da Frelimo estão prontos para a tomada de posse. Alguns deles já saíram neste final-de-semana para a cidade capital moçambicana para a cerimónia que vai decorrer amanhã de manhã.
As eleições gerais de 2024 fizeram a Frelimo garantir (171 deputados), PODEMOS (43 deputados) Renamo (28 deputados) e MDM (8 deputados), no parlamento moçambicano.
Também, continua a previsão para a investidura do Chefe de Estado, Daniel Chapo (Frelimo), na próxima quarta-feira. (Muamine Benjamim).