Milo Samuel Mariano, conhecido como “Milo, o Sétimo Filho”, jovem activista e defensor de direitos humanos, está a ser alvo de ameaças após denunciar um escândalo de assédio, incluindo assédio sexual, e corrupção, envolvendo docentes da Universidade Rovuma, em Montepuez.
Segundo relatos, as ameaças partem de professores sancionados pela instituição após a denúncia feita por Milo Mariano. Para compreender a complexidade do caso, é necessário recuar até Fevereiro de 2025, quando o activista tornou pública a existência de múltiplos casos de corrupção e assédio sexual na instituição de ensino superior.
Após a denúncia, duas comissões de inquérito foram destacadas para investigar os factos. Ouviram-se estudantes e docentes, e diversas provas foram recolhidas. Milo Mariano acompanhou todo o processo de perto, pressionando por transparência e por uma resposta institucional. O processo culminou com a decisão da Reitoria de expulsão de dois docentes, demissão de sete e despromoção de um outro.
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Desde então, o activista relata casos de ameaças por parte dos docentes visados. “Eles começaram a procurar um culpado e colocaram-me na lista. Agora até a minha tia recebe chamadas de um deles, culpando-me pela perda do seu emprego. Outro envia mensagens carregadas de rancor. Na madrugada de 6 de agosto, um desses docentes ligou directamente para o meu número. Não atendi”, relatou Milo dos Santos.
Este caso pode e deve ser apresentado como um exemplo do que acontece com jovens que ousam denunciar abusos e irregularidades em instituições públicas.
Milo Samuel Mariano revela não apenas o risco pessoal enfrentado por quem decide romper o silêncio, mas também o silêncio institucional que, muitas vezes, se transforma em cumplicidade.
O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) condena, nos termos mais veementes, as ameaças contra o jovem activista e exige uma intervenção urgente da Universidade Rovuma e da justiça. É imperativo que se investiguem os casos e que os autores das ameaças sejam responsabilizados nos termos da lei.
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