A coragem de Venâncio Mondlane anda fazendo mais barulho que panela de pressão em dia de apagão. Enquanto uns o chamam de herói da democracia, outros, especialmente os adversários com mais medo que gato em dia de fogos, preferem rotulá-lo de “agitador” ou até “ganancioso”. Pois é, meu amigo, quem não tem coragem de se expor nas redes sociais ou nas praças públicas, costuma inventar adjectivos, e não propostas.
Agora, a grande questão que paira sobre Moçambique é: será que o cenário político vai mudar? Alguns já colocaram o chá de lado e sentaram na cadeira só para acompanhar a novela, porque, convenhamos, ver a política local virou entretenimento de primeira. Entre discursos inflamados, reuniões estratégicas e pronunciamentos que parecem mais roteiro de série do que debate real, Mondlane segue causando aquele frisson que deixa o povo dividido entre “ufa, finalmente alguém ousa” e “socorro, até onde isso vai dar?”.
E, como em toda boa série, os personagens secundários não ficam atrás. Os adversários correm de um lado para o outro tentando desqualificar, mas acabam dando entrevistas tão contraditórias que mais parecem ensaios de comédia. É um verdadeiro festival de caretas, frases mal encaixadas e slogans que soam como trava-línguas. Enquanto isso, o cidadão comum observa, balança a cabeça e pensa: “Pelo menos agora a política está mais divertida!”
Entre apostas e palpites, não há dúvida: Venâncio Mondlane trouxe um ingrediente inesperado ao cenário moçambicano — a coragem que incomoda, diverte e atiça o debate. E se o país vai mudar ou não, só o tempo dirá. Mas, pelo menos, o espectáculo está garantido, e o povo está de camarote, pipoca na mão, rindo e se perguntando quem será o próximo a se tornar protagonista da política em versão comédia dramática.
Venâncio Mondlane chegou na política moçambicana como quem entra em um salão de festas com sapatos barulhentos: impossível de ignorar. Com suas “presidências virtuais”, onde pronuncia discursos pela tela e convoca seguidores das redes sociais como se fossem conselheiros de gabinete, ele virou um fenómeno. E a pergunta que não quer calar é: isso não está incomodando os adversários? Pois, convenhamos, nada deixa político mais nervoso que ver alguém fazendo barulho sem nem precisar sair de casa.
A recente aprovação do partido de Mondlane trouxe mais tempero ao cenário político. Uns comemoram como se o país tivesse ganhado na loteria da democracia; outros se agarram à cadeira, com os olhos esbugalhados, perguntando-se: “Será que agora ele vai ser preso?” E, se porventura acontecer, quem será seu sucessor? Imaginar a cena já é uma deliciosa ironia: a política moçambicana prestes a ter um herdeiro improvisado de coragem e irreverência, que certamente herdará não apenas seguidores, mas uma boa dose de confusão e risadas involuntárias.
A irreverência de Mondlane é, de facto, um prato salgado e açucarado ao mesmo tempo: corta, incomoda, mas também entretém e dá gosto à vida política do país. Ele mistura firmeza com ironia, coragem com provocação, e isso transforma cada pronunciamento em espectáculo. Entre adversários tentando desqualificar, comentaristas se atrapalhando nos palpites e cidadãos observando com pipoca na mão, a política moçambicana se torna, paradoxalmente, mais democrática e mais divertida.
O que mais impressiona é a capacidade de Mondlane de transformar tensão em espectáculo e adversidade em narrativa: cada crítica recebida vira combustível para engajamento; cada ameaça de repressão, motivo para mais visibilidade. E, enquanto uns choram sobre decretos e estatutos, outros se divertem com memes, posts virais e debates acalorados, todos orbitando em torno do mesmo nome.
Portanto, a pergunta que fica pairando no ar é a mais ácida: se a política fosse culinária, Mondlane seria o chef que mistura ingredientes que ninguém esperava combinar — e que provoca tanto suspiros de aprovação quanto caretas de indignação. A política em Moçambique nunca mais será a mesma, e talvez nem a coragem de Mondlane. Mas, por ora, o prato servido é saboroso, picante e irresistível, e o país, involuntariamente, participa desse banquete de humor, crítica e suspense político.
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