Vasco Galante, de 69 anos, é o Director de Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), em Moçambique, desde 2005. No último sábado, completou duas décadas de serviço, de consciência ambiental e de impacto comunitário ao estar naquele tesouro de renome africano – Gorongosa. Ele tem a Gorongosa na palma da sua mão.
“Hoje celebramos 20 anos de serviço de Vasco Galante, um dos primeiros e mais duradouros campeões da Gorongosa”, escreveu o Parque Nacional da Gorongosa, felicitando-o.
Vasco Galante sente-se em casa ao estar na Gorongosa, uma escolha completa de 20 anos, quando trocou a selva urbana pela selva africana e o conforto da vida moderna pela consciência ambiental e impacto comunitário.
Uma parte das raízes é abrantina. Com uma avó do Pego e a mãe de São Miguel do Rio Torto (Município de Abrantes), Vasco Galante viveu em Alferrarede de 1963 a 1968.
Vasco Galante nasceu em Lisboa – a capital e maior cidade de Portugal, viveu “em toda a Europa antes de se mudar para Moçambique, com um propósito claro: trabalhar com as comunidades africanas para ajudar a criar um futuro melhor para os seus filhos. Com formação em ciências sociais, computadores, gestão de banco de dados, estatísticas e marketing, ele trouxe experiência e coração para o trabalho”.
Galante ouviu pela primeira vez sobre o Parque Nacional da Gorongosa, na cidade Abrantes quando, durante uma aula, um frade do Colégio La Salle abordava a icónica fauna africana e as gentes da longínqua província ultramarina de Moçambique, palavras que o despertaram o espírito de missão e de voluntariado.
Vasco ainda tem o lado desportivo. Nas manhãs, sempre pratica exercícios físicos e depois mergulha-se em Chitengo.
Foi em Abrantes, o polo comercial e indústria da fértil região agrícola adjacente, onde deu os primeiros passos no basquetebol, desporto que aprofundou em Lisboa, tornando-se atleta do Sport Lisboa e Benfica, clube do coração, campeão nacional de 1975. Um ano depois, Vasco, também integrou a Selecção Nacional de Esperanças, sempre com a camisola número 7.
Vasco rendeu-se à Gorongosa pela segunda vez, quando no Cineteatro São Pedro, antes do filme ‘Os Dez Mandamentos’, foi exibida a película oficial de promoção do Parque, realizado em 1961, um ano depois de declarado Parque Nacional (23 de julho de 1960). Hoje, um importante documento histórico preservado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.
Além da experiência em Portugal, Vasco trabalhou muitos anos em Itália e Espanha como administrador de empresas e também como Director para as áreas Comercial e de Marketing, em grandes empresas, depois de nos seus primeiros anos de carreira trabalhar como programador de computadores e formador.
Vasco Galante fala muitas línguas como o inglês, espanhol, italiano e francês e aprendendo o tailandês e sena –um dos 23 dialectos de Moçambique e a mais falada em Sofala onde se situa a Gorongosa.
Depois de visitar Gorongosa em julho de 2005, conheceu Greg Carr em Maputo três meses depois. Ao ouvir a visão para a restauração do Parque, ele simplesmente disse: “Por favor, conte comigo. ” Logo depois, tornou-se o primeiro Director de Turismo do Parque, ajudando a lançar as bases para o trabalho de turismo e comunicação que continua a elevar Gorongosa hoje.
A sua liderança ajudou a transformar o que antes parecia impossível – Gorongosa tornou-se um catalisador para a ascensão de Moçambique como destino turístico. Apesar de tudo, ele permaneceu inspirado pelo privilégio de trabalhar num lugar de extraordinária beleza, rodeado, nas suas palavras, por “algumas das pessoas mais simpáticas e felizes do mundo. ” Além do seu legado profissional, o Vasco é marido, pai de quatro filhos e avô orgulhoso de duas netas.
Vasco, desabituado do frio, dos cachecóis e dos gorros, prefere a leveza das roupas a que obriga o clima tropical da Gorongosa.
Várias felicitações direccionadas por colegas de trabalho, amigos e admiradores.
Vasco tem quase toda a vida do Jornal Profundus, desde a origem aos desafios.
Vasco “é justiceiro”, escreve a directora do Jornal Profundus, reconhecendo-o e lembrando um dos momentos de quando era ainda aluna do ensino secundário na vila de Nhamatanda, a qual se desafiou diante dele na companhia de uma escritora americana (Peggy Goldwyn), que seria uma jornalista no futuro, mas o que não sabia era que, primeiro, passaria de casa em casa como empregada doméstica sem pagamento só para garantir estudar, com os pais sem condições financeiras, ainda na comunidade do Vinho, limite com a Gorongosa.
O mundo deveria ter muitos “Vascos”, termina a Directora Luísa Franque, tentando reduzir a descrição.
Hoje, Vasco serena-se entre leões, hipopótamos, mabecos e búfalos, entre outros animais que a Gorongosa cuida. E inquieta-se na multiplicidade de impacto às comunidades. (Muamine Benjamim).
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