“A paz não é completa enquanto uns choram” – voz das igrejas de Sofala para Cabo Delgado

As igrejas da província de Sofala manifestaram profunda preocupação com a situação de instabilidade que se vive desde outubro de 2017, em Cabo Delgado. Para todos os moçambicanos, os crentes alertam que a paz não é completa enquanto uns ainda choram.

As igrejas posicionaram-se no último fim-de-semana no distrito de Dondo, por ocasião das celebrações do Dia da Paz, 4 de Outubro, data em que Moçambique comemorou 33 anos após a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, em 1992.

“Esta situação do terrorismo em Cabo Delgado é preocupante para nós, como igreja, porque compromete a paz. Os moçambicanos querem viver em harmonia e condenamos veementemente o que está a acontecer, porque a paz é um direito de todos”, disse o presidente da União das Igrejas em Sofala, Domingo Parafino, sublinhando que Moçambique assinou o Acordo Geral de Paz para todos os moçambicanos, não apenas para uma parte do país.

O líder religioso acrescentou que a violência tem travado o desenvolvimento das comunidades e das igrejas, afectando também a vida social e familiar dos cidadãos.

“Apelamos ao governo para olhar de perto esta situação antes que se alastre para outras regiões. É preciso identificar os autores desta confusão, promover o diálogo e a reconciliação. Queremos que Cabo Delgado seja livre e volte a contribuir para a economia de Moçambique”.

Na ocasião, Parafino exortou os partidos políticos a colocarem a mão na consciência e deixarem de lado as divergências e trabalharem juntos em prol da paz e do desenvolvimento do país.

“Os partidos políticos devem se unir, porque quem governa Moçambique são os próprios moçambicanos. É preciso ouvir as necessidades da população e promover o diálogo”.

As igrejas encorajam o governo a continuar a abrir espaço para o debate político e a corrigir o que não está bem, para que o país avance. (Narcísio Cantanha).


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