Foram condenados na passada quinta-feira (30.10) pelo Tribunal Judicial do distrito de Gorongosa, os guardas da Penitenciária local, Diogo José Miquitaio, Tendai José António e John Augusto Traquinho por corrupção. As penas variam entre seis e 18 meses de prisão, além de multas.
Tendai José António, de 33 anos foi condenado a pena de prisão efectiva de 18 meses e multa de seis meses comutada em taxa diária de 220 meticais pelo crime de corrupção passiva e cooperação com a esposa do prisioneiro, Diogo José Miquitaio de 41 anos e John Augusto Traquinho, de 26 anos, a pena de seis meses de prisão com direito a caução comutada em multa numa taxa diária de 220mt pelo crime de cooperação.
Tudo teria iniciado no dia 26 de maio de 2025, quando o chefe da permanência, Tendai José António, no exercício das suas funções, recebeu a senhora Celina Luís, tendo-lhe subornado com 100 meticais para ter acesso à visita do seu marido Baltazar Cipriano que na altura encontrava-se preso naquele estabelecimento.
Na altura dos factos, a direcção daquele estabelecimento penitenciário teria proibido visitas naquele período depois da fuga de cerca de 220 reclusos, ocorrida no dia 3 de fevereiro do ano em curso.
Já no interior do estabelecimento penitenciário, o prisioneiro Baltazar Cipriano teria orientado a sua esposa Celina Luís que nas próximas visitas colocasse pedaços de folhas de Serra dentro do pão para vir lhe entregar. Aconteceu, tal como instruiu.
No dia 31 de maio, Celina Luís subornou novamente o guarda Tendai José António (chefe da permanência do dia) com 150 meticais como forma de mais uma vez facilitar a entrada dela. Assim, John Augusto Traquinho no exercício das suas funções deixou a cidadã entrar sem que fosse revistada contrariando a sua obrigação.
No mesmo dia, o recluso Baltazar Cipriano e seus seis companheiros de cela usaram as folhas de Serra para cortar as grades e fugir por volta das 19 horas.
Os três agentes que no dia estavam escalados para exercer as suas funções, só se aperceberam da fuga 1 hora da madrugada do dia seguinte, coincidentemente, 1 de Junho de 2025, Dia Internacional Criança.
Um dos fugitivos foi capturado, este que partilhou a informação segundo a qual os reclusos não fugiram no dia 1 de junho como alegaram os guardas, mas sim no dia 31 de maio. Esta informação foi lida na sentença, quando os guardas achavam que estava tudo combinado sobre os detalhes na tentativa de provarem a inocência.
O Ministério Público concluiu que os guardas agiram de forma livre, deliberada e consciente, sabendo que a sua conduta é proibida por lei, chegando a condenar.
O chefe de permanência alegou que recebeu o dinheiro para melhorar a dieta alimentar dos guardas.
O juiz presidente do Tribunal Judicial de Gorongosa, Benedito Nhança é o mesmo que condenou em setembro último o edil de Gorongosa e o seu antigo vereador das Finanças por abuso de cargo ou funções. (Ana Cleta Coimbra).
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