DE 1960 A 2025: 65 anos da Gorongosa Conservando e impactando vidas

No dia 23 de julho de 1960, a Gorongosa foi declarada Parque Nacional. Decorridos 65 anos, hoje, resume-se na Biodiversidade e impacto de vida das comunidades ao seu redor, tornando-se amplamente reconhecido como uma das maiores histórias de recuperação da vida selvagem em África.

O PNG localizado na província de Sofala, zona centro de Moçambique, no distrito do mesmo nome do Parque e também nos distritos de Muanza e Cheringoma, limita-se com a zona sul do grande Vale do Rift Africano no centro do país.

O PNG celebrou no dia 23 de junho, 65 anos, com uma contagem aérea de fauna bravia surpreendente, depois de 16 anos de guerra que quase perdeu toda a sua fauna de grande porte. Agora, devido à “missão: proteger a biodiversidade e melhorar o nível de vida das pessoas; renaturalização e educação juvenil”, eis 65 anos de beleza selvagem, ideias ousadas e propósito partilhado”.

Dados detalhados surpreendem. De 2022, a Gorongosa documentou mais de 100.000 animais em 60 por cento do Parque; mais de 1.500 Bois-cavalos (ou Gnus); mais de 1.400 Búfalos; e mais de 900 Hipopótamos, um aumento de 10 por cento comparativamente aos períodos de entre 2018 e 2020. Já o cálculo de outubro de 2024 indicou um salto de 102.346 de 2022 para 110.513 indivíduos.

“A população do Parque Nacional da Gorongosa e das comunidades vizinhas estão a mostrar o que é possível quando as pessoas e o planeta prosperam juntos”, avalia o Parque.

Segundo a contagem de 2024, nos últimos dois anos, nenhum sinal de caça ilegal, incluindo animais capturados, foi observado; e mais animais foram contados do que nunca. Isso prova o comprometimento com acções de conservação envolvendo as comunidades.

O registo de 2024 foi de um total de 110.513 indivíduos de 20 espécies de animais de grande porte (107.765 herbívoros e 2.748 crocodilos). Estas são reais contagens, não estimativas.

Esta mudança de comportamento das comunidades resulta de programas integrados do Parque Nacional da Gorongosa, impactando vidas.

 

Programa integrados

Os programas integrados do PNG resumem-se em Conservação, Educação, Saúde e Agricultura, além de construção de infra-estruturas nos seis distritos considerados Zona de Desenvolvimento Sustentável, nomeadamente, Nhamatanda, Gorongosa, Cheringoma, Dondo, Muanza e Maringué.

Em 2024, existiam mais de 1.800 pessoas empregadas no Parque, sendo 1.086 funcionários a tempo inteiro e mais 721 trabalhadores sazonais e a tempo parcial, cuja maior parte é de jovens filhos da Zona de Desenvolvimento Sustentável, Gorongosa. Alguns desses já fazem parte de grandes organizações internacionais pelas oportunidades internas.

Mais de 300 homens e mulheres do Departamento de Conservação  (99% dos quais moçambicanos) trabalham incansavelmente para proteger a Gorongosa, usando uma variedade de abordagens: fiscalização da conservação, rastreio e gestão da fauna bravia, cuidados veterinários para animais, reintrodução de espécies, gestão de queimadas, estabelecimento de contactos com os governos provinciais e locais e representantes legais, e trabalho com as comunidades locais para alcançar a coexistência humana com a fauna bravia.

Ainda no emprego pela Conservação, em muitas áreas, o facto de seres humanos e animais selvagens viverem lado a lado apresenta desafios para ambos. Os elefantes podem ser particularmente problemáticos porque por vezes destroem colheitas e silos de cereais tradicionais. O Parque utiliza diversas estratégias para facilitar a coexistência pacífica entre seres humanos e vida selvagem. Esta unidade emprega actualmente 22 funcionários.

Existem programas que visam melhorar o acesso à água potável, a cuidados de higiene (clínicas móveis) e serviços de saneamento nas comunidades da Zona de Desenvolvimento Sustentável.

Este ano, a Gorongosa vai entregar 26 infra-estruturas escolares e sanitárias, além de continuar a capacitar professores e proporcionar clubes extracurriculares para raparigas e rapazes, com um enfoque adicional nas raparigas em risco de uniões prematuras, em colaboração do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

A Gorongosa tem mais de 100 Clubes de Raparigas onde as meninas aprendem sobre os seus direitos e deveres, saúde sexual e reprodutiva, se inspiram sobre a vida.

Do outro lado, existe o Programa Clube da Paz para a integração dos ex-guerrilheiros e os seus familiares em iniciativas de formação para o emprego e autoemprego.

Existem tantos projectos, como o de café cultivado, de mel, e na agricultura o destaque vai para o Programa de Desenvolvimento de Meios de Vida para melhorar a vida de 30 mil produtores agrícolas familiares até 2027, no qual os beneficiários recebem sementes, são instruídos sobre a produção e produtividade, comercialização e conservação da colheita.

Até 2023, o Parque e parceiros querem tornar a Vila de Gorongosa modelo.

Em 1960, a Gorongosa não apenas mudou o nome para Parque Nacional, mas passou a assumir a ideia de equilibrar a conservação e desenvolvimento humano das comunidades. (Muamine Benjamim).

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