Anualmente, é celebrado o Dia Mundial do Leão, 10 de Agosto. O Parque Nacional da Gorongosa comemorou o evento juntando com a data 12 de Agosto, Dia Mundial do Elefante, com as comunidades da sua Zona de Desenvolvimento Sustentável, envolvendo-lhes em acções concretas de Conservação como um chamado urgente para proteger estes dois gigantes da Natureza.
O PNG pretendia na sua Zona de Desenvolvimento Sustentável, mobilizar os munícipes, membros do governo, a comunidade escolar e as comunidades locais a participarem nas acções de preservação ambiental; consciencializar e sensibilizar a população para aderir às boas práticas conservacionistas do meio ambiente; promover acções focadas a mudanças de comportamentos em relação a conservação do meio ambiente para o bem-estar comum, reduzindo os impactos nocivos resultantes da sua degradação contra a vida dos elefantes e dos leões do Parque. Para tal, nas comemorações foram envolvidas mensagens práticas de Conservação, através de teatro, canções e plantio de árvores.
Segundo o gestor do Programa de Educação para Conservação do PNG, Dáglasse Massuinar, estas datas são dedicadas a consciencialização e a protecção dos animais que enfrentam inúmeras ameaças, incluindo a caça ilegal, perda do habitat e conflitos com os humanos.
O PNG levou as mensagens de conservação de elefantes e leões para as comunidades do distrito de Gorongosa (EPCs de Nhandemba, Nhanguco, Nhambita); Nhamatanda EPC Bebedo e Chiguedea; Muanza (EPC –sede); Dondo (EPC Chissange); Cheringoma (Escolas Básicas de Shiti e deDimba); Maringué (EPC 25 de Outubro), abrangendo centenas de pessoas.
“As celebrações visam aumentar a conscientização sobre os desafios que os leões e elefantes enfrentam e promover acções para garantir a sua sobrevivência”, reitera Dáglasse Massuinar, em mensagem sobre o Dia Mundial do Elefante e o Dia Mundial do Leão.
Leão e Elefante, dois gigantes da Natureza
Os elefantes são espécies-chave que desempenham um papel crucial na manutenção da saúde dos ecossistemas, eles espalham semente, abrem caminhos facilitando a passagem e circulação de animais de pequeno porte, fertilizam o solo através dos seus excrementos, quando se alimentam das folhas das árvores, quebram galhos facilitando a alimentação a outros animais e permitindo a penetração dos raios solares na selva para o crescimento de outras espécies.
Em muitas culturas, os elefantes são símbolos de sabedoria, força e longevidade, em algumas comunidades da África e em Moçambique em particular este animal é considerado como totem. Um totem representa uma força da natureza, um animal ou uma planta espiritual que não se deve matar ou cortar, que é a conexão das pessoas com o mundo natural.
O elefante é um dos maiores atrativos turísticos e que pela visita dos turistas contribuem para a economia nacional e para o desenvolvimento das comunidades locais.
A importância do leão para a natureza e para o Homem é a mesma de todo grande predador, que é de manter o ecossistema de onde vive equilibrado entre as espécies, para que nenhuma população se sobreponha à outra. Os leões são predadores que se encontram no topo da cadeia alimentar, controlam a população de presas, abatem os indivíduos mais vulneráveis, eliminam portadores de doenças e são essenciais para a manutenção de um ecossistema saudável.
Em algumas comunidades da África e em Moçambique em particular este animal é considerado como totem. Um totem representa uma força da natureza, um animal ou uma planta espiritual que não se deve matar ou cortar, que é a conexão das pessoas com o mundo natural. “O Leão é um animal muito importante na nossa cultura, porque se acredita que grandes líderes transformam-se em leões espirituais após a sua morte, como é o caso de alguns leões do PNG”, no famoso Chitengo, tanto que merece cerimónia tradicional anualmente, envolvendo as comunidades para que tudo corra bem na Gorongosa.
O leão é um dos maiores atractivos turísticos que pela visita dos turistas contribuem para a economia nacional e para o desenvolvimento das comunidades locais.
Ameaças dos elefantes e leões
As causas mais frequentes do declínio dos Leões são as mortes indiscriminadas em defesa da vida humana e do gado; a perda de habitat e de esgotamento da base de presas; isto ocorre em áreas onde as pessoas e leões convivem. Quando há chuvas fortes, por exemplo, os herbívoros selvagens – as principais presas dos leões – fogem das áreas inundadas e, por isso, os felinos podem acabar matando o gado e outros animais de criação, tornando-se alvos de retaliações das pessoas.
A caça furtiva e o comércio de carne de animais selvagens: os leões são perseguidos, envenenados, encurralados, caçados para serem vendidos em mercados clandestinos para a comercialização dos seus crânios, peles, dentes ou da sua gordura, bem como das suas garras como elementos de joalharia e para a produção de medicamentos;
Uma das coisas que mais contribuíram para o desaparecimento dos leões na natureza, além da caça furtiva, é a diminuição territorial deles. Como esses felinos possuem um senso de territórios muito fortes, quando perdem o seu habitat, ficam desnorteados, e mais vulneráveis.
A fragmentação e destruição de habitats, tráfico de marfim, a caça-furtiva, conflitos armados e secas intensificadas pelas alterações climáticas estão no topo da lista das principais ameaças à conservação dos elefantes-africanos, especificamente, na Gorongosa.
Um chamado urgente para protecção
Educação ambiental: consciencializar as pessoas sobre a importância do leão e da necessidade de protegermos o seu habitat;
Fiscalização eficiente – os agentes fiscalizadores devem continuar a ser rigorosamente seleccionados e treinados, inclusive em leis de conservação e direitos humanos;
Denúncias. As pessoas devem ser encorajadas a denunciar qualquer caso de caça furtiva e de comercialização de partes dos animais selvagens na comunidade;
Punição exemplar dos infractores: As pessoas envolvidas em casos de caça furtiva e comercialização devem ser capturadas e processadas criminalmente;
Cada família deve proteger o seu animal totem, isso cria uma harmonia entre as pessoas e a fauna bravia
Combate a caça furtiva: Fortalecimento das leis contra caca ilegal e aumento da vigilância nas áreas protegidas;
Protecção de habitats: Conservação e restauração dos habitats naturais dos elefantes;
Convivência pacífica: desenvolvimento de estratégias para reduzir os conflitos entre humanos e elefantes, como cerca de protecção e programas de compensação (construção de celeiros melhorados, currais melhorados), sensibilizar as comunidades a evitarem fazer campos de produção agrícola nos locais considerados como travessia dos elefantes. (Muamine Benjamim).
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