O Parque Nacional da Gorongosa (PNG), através do Programa de Água, Saneamento e Higiene, Water Sanitation and Hygiene (WASH), em parceria com Rigth To Play (RTP), Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas (SDPI) e NAZA LDA envolveram 252 alunos e 171 participantes das comunidades de Muerera no distrito de Maringué, numa palestra sobre higiene e gestão menstrual, cujo objectivo era de promover a consciencialização e fortalecer o entendimento sobre o tema.
O evento contou com a apresentação dos Clubes Escolares — Clube de Saneamento, Clube da Rapariga e Clube Ambiental, os quais apresentaram as actividades relacionadas ao tema, mostrando através de uma peça teatral para reforçar a mensagem educativa.
No mesmo dia, as raparigas receberam kits de material de higiene menstrual e aprenderam como, por exemplo, produzir um penso reutilizável a partir de material mais acessível – capulana. Esta entrega e aprendizagem simboliza a ideia de que as raparigas devem estar confortáveis e motivadas a não desistirem da escola.
Milhões de raparigas enfrentam barreiras significativas no acesso à informação e aos produtos de higiene menstrual. Localmente, o Parque Nacional da Gorongosa implementa iniciativas para este grupo. No dia 28 de maio, o PNG entregou duas calcinhas, duas embalagens de absorventes, duas barras de sabão, 1 kg de detergente, um balde de banho e duas capulanas a cada rapariga em Muerera.
O evento em Muerera, juntou 252 alunos, sendo 115 raparigas e 137 rapazes, além de 171 participantes (73 mulheres) e (98 homens).
Através de uma aprendizagem baseada em brincadeiras, o evento envolveu rapazes na promoção da higiene pessoal e colectiva, incluindo a conscientização sobre a poluição dos rios.
O evento terminou com demonstrações culinárias para a Saúde Materna e Infantil.
O supervisor do WASH, no PNG, Mussagy Da Silva defendeu que as comunidades precisam de um evento desta natureza para promover e fortalecer a consciencialização sobre a importância da higiene menstrual, combatendo tabus a estas preocupações, em zonas de difícil acesso aos serviços de saúde.
Com este evento, Mussagy Da Silva espera que as comunidades continuem a desmistificar tabus, promovam o diálogo aberto sobre a higiene menstrual, envolvam jovens na disseminação destas informações na promoção da higiene pessoal e colectiva, incentivem boas práticas sustentáveis, como a produção de pensos reutilizáveis, para o acesso mais económico e ecológico e fortaleçam o engajamento comunitário na promoção da saúde e direitos das mulheres e meninas.
Raparigas prontas contra tabus
As raparigas das comunidades continuam com mitos passados de geração para geração. Estas práticas contribuem negativamente na saúde reprodutiva e sexual da mulher. “Mulheres não podem pôr sal nas refeições durante o período menstrual” – é mentira, “ficou esclarecido” nas palestras da Gorongosa, explica Luísa Julinho.
Gene Marcelino é uma das raparigas de Maringué que enfrenta os desafios de higiene e gestão menstrual, mas após receber os kits, garantiu “trocar os absorventes e a roupa três vezes ao dia. E, ao mesmo tempo, a menstruação não irá interferir nos dias de aula”.
Mery Isaque garantiu que vai “sempre usar absorventes reutilizáveis porque aprendeu a fabricar para a sua higiene menstrual de hoje em diante”.
A iniciativa ajudou as raparigas a entenderem que a menstruação é um processo biológico natural e indicador de saúde reprodutiva e não uma doença, não como apontam os mitos.
O PNG não apenas sensibiliza para as boas práticas de saúde sexual e reprodutiva, também continua a ajudar os comités de saneamento WASH através da reparação e construção de novos furos; mobilização para práticas melhoradas de higiene e saneamento através da construção de latrinas, dispensas, aterros sanitários e sistemas de drenagem na Zona de Desenvolvimento Sustentável.
O PNG não apenas sensibiliza para as boas práticas de saúde sexual e reprodutiva, também continua a ajudar os comités de saneamento através da reparação e construção de novos furos; mobilização para práticas melhoradas de higiene e saneamento através da construção de latrinas, dispensas, aterros sanitários e sistemas de drenagem na Zona de Desenvolvimento Sustentável. (Eugénia Carlos).