GORONGOSA E PARCEIROS: Numa reflexão para futuras intervenções de impacto comunitário

O Parque Nacional da Gorongosa (PNG), Right To Play e Resilience, como parceiros implementadores do SLDP discutiram estratégias de intervenção para o próximo ano, começando por apresentação de resultados baseados por uma consultoria e um balanço das actividades já executadas nas comunidades, em 2025.

Desde 2023, nas comunidades consideradas Zona de Desenvolvimento Sustentável do PNG são implementadas actividades integradas para o impacto local, através de Comités de Gestão de Recursos Naturais reflorestando áreas degradadas; agricultura – apoiando produtores com técnicas agrárias e insumos, incluindo co-financiamento; Saúde – apoiando as comunidades em boas práticas de alimentação na base de produtos produzidos localmente até processamento caseiro para garantir a segurança alimentar; Saúde Sexual e Reprodutiva – através de Clubes de Raparigas e Clubes de Jovens para desde criança sonharem, combatendo a problemática de uniões prematuras. Mas para a consultoria aponta que é preciso fazer mais para as comunidades.

Durante quatro dias (21 a 24 de outubro de 2025), os implementadores do SLDP, estiveram reunidos na cidade da Beira para uma partilha dos ganhos até ao momento e uma reflexão para as próximas intervenções, começando pela partilha de informações de um consultor independente sobre o Programa, seguindo-se de apresentações de cada interveniente.

As apresentações de cada interveniente espelharam as actividades de até final de 2025 e perspectivas de 2026 para impacto comunitário.

Na ocasião, o director de Programas do PNG, Simião Mahumane, chamou atenção para todos estarem focados de forma humilde na partilha de resultados alcançados, o mais democrático possível.

O director de Programa do PNG, Simião Mahumana, considera a Resilience e Right To Play como parceiros para trabalharem juntos na restauração do Parque e desenvolvimento humano das suas comunidades ao redor.

“Os elementos recomendados e toda dinâmica que deve acontecer como planificar e avançar, contamos muito com a vossa contínua assistência técnica de tudo quanto fazemos”, disse Simião Mahumana referindo-se à equipa.

Na conservação, por exemplo, os treinos e o alcance comunitário pelos facilitadores comunitários podem ser fortalecidos, incluindo o uso de biopesticidas e o uso de vasos ecológicos na produção de viveiros para não depender apenas dos plásticos reutilizáveis.

Portanto, a Gorongosa deve rever as estratégias (teoria da mudança) para torná-la ainda mais precisa para o impacto comunitário. Para tal, nos próximos dias, vão decorrer encontros de seguimento das recomendações tidas durante a reflexão do SLDP e do consultor.

A Right To Play enaltece o Programa. [O SLDP] é modelo que responde às necessidades das comunidades, em particular a província de Sofala, por exemplo ao responder pelas intervenções na área de nutrição, saúde sexual e reprodutiva com abordagens, por exemplo, baseadas em jogo, igualdade de género, água e saneamento.

Há um impacto significativo no desenvolvimento do lado da oferta da cadeia de valor por meio do aumento da produção e da produtividade.

As comunidades estão se tornando cada vez mais resilientes graças às iniciativas de Água, Saneamento e Higiene, Water Sanitation and Hygiene  (WASH), além da redução da desnutrição.

O SLDP incorpora os princípios de todas as questões transversais, incluindo empoderamento, participação, clima, género e juventude.

O balanço de actividades realizadas até ao momento indica que o SLDP continua altamente relevante para agricultores, mulheres e jovens nas comunidades dos respectivos seis distritos.

“Onde há falta de alinhamento, temos que puxar para alinhar. Agora temos que estar mais coesos, unidos e maior diálogo para dar continuidade em todos os níveis” como implementadores, disse a directora nacional da Right To Play, Daina Mutindi, sugerindo que nos próximos dias haja reuniões, primeiro, haja reuniões entre os dirigentes dos implementadores do SLDP (Gorongosa, Right To Play e Resilience) antes dos subsectores, para melhor coordenação.

A Resilience fala de satisfação resultante da partilha de ideias para soluções comunitárias como foco do SLDP.

Os parceiros devem reavaliar as necessidades de agricultores, mulheres e jovens para identificar novas actividades e eliminar as desnecessárias. As novas actividades podem incluir promover pesticidas inorgânicos adequados disponíveis localmente e combiná-los com técnicas acessíveis ou de baixo custo, incluindo pesticidas orgânicos.

Incorporar o controlo de pragas, como o besouro do gergelim, nos treinos e actividades de campo.

Biopesticidas produzidos localmente são uma opção, mas requerem pulverizações frequentes, afinal, a melhor opção é a pulverização com inseticidas sistémicos disponíveis nos mercados locais. Aliás, uma avaliação nas comunidades de Bebedo, o SLDP provou que pelo menos dois membros de cada grupo poupança conseguem pagar insumos para garantir a produção agrícola – esta pode ser uma “janela” interventiva de impacto a considerar, além do equipamento de agricultura e sementes entregues ciclicamente e técnicas agrárias de produção.

Na falta de transporte, por exemplo, é possível recorrer a trilheiras de três rodas para facilitar o transporte local e o acesso ao mercado.

O director nacional da Resilience, Cláudio Gundana pede o reforço de responsabilidades de cada interveniente implementador daquilo que devemos fazer. Com isso, “reiteramos o nosso compromisso, nunca vamos desistir dessa luta porque entendemos o quão conjunto é este processo e não individual, por isso, vamos continuar a trabalhar abertamente”.

Os implementadores do SLDP querem estudar mecanismos de incentivo aos voluntários do Programa disponíveis nos seis distritos, nomeadamente, Nhamatanda, SLDP e propor ao financiador.

Dos vários temas na mesa de reflexão, constaram o agroflorestamento; extensão, acesso ao mercado, cadeias de valor e ciclo curto irrigado; nutrição; e Clube de Professores. Após apresentações de cada sector, seguiu-se uma fase de partilha de experiências em grupo e projecções interventivas para o próximo ano.

Em cinco anos, (2022 -2027), o SLDP centra-se na melhoria das condições socioeconómicas das comunidades da Zona de Desenvolvimento Sustentável, aplicando um financiamento de 20 milhões de Euros (cerca de 1.280.000.000 de meticais). O plano é abranger 45.000 beneficiários directos, dos quais 15.000 Produtores do Sector Familiar e 30.000 membros das comunidades alcançadas pelas campanhas de sensibilização em matérias de nutrição e Água, Saneamento e Higiene, Water Sanitation and Hygiene  (WASH). (Muamine Benjamim).

 

 

 


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