Gorongosa leva palestras contra o uso de plásticos em Muanza

Há dez anos, Moçambique implementou o Regulamento de Gestão e Controlo de Sacos Plásticos, que estabelece normas para a sua produção, importação e comercialização, com o objectivo de reduzir os impactos negativos deste mate rial na saúde e no ambiente. Mas a realidade mostra outra preocupação, levando o Parque Nacional da Gorongosa a desenvolver acções para mitigar o problema.

Na Zona de Desenvolvimento Sustentável do PNG, por exemplo, evidências são visíveis de sacos plásticos espalhados nas comunidades.

Enquanto a proposta para o banimento total do plástico não avança para aprovação, e o mercado segue inundado por sacos descartáveis, a Gorongosa sensibiliza as comunidades para práticas sustentáveis.

Para a supervisora da Educação para Conservação no PNG, Rosa Zimba, embora se saiba que as comunidades estão informadas na gestão de resíduos sólidos, o distrito de Muanza continua com os descuidados com o plástico. “Por esta razão, reforçamos esta informação, se não tiver contentor de lixo, então tenha algumas alternativas para não criar problemas ambientais”.

Rosa Zimba reconhece que as comunidades estão desprovidas de meios económicos financeiros, por isso, aconselha para que “faça a reutilização do plástico, uma vez que adquiriu com muito sacrifício”, disse.

Além da reutilização do plástico, existe uma alternativa que é uma sacola feita a capulana.

A forma de combater a poluição por plástico é ir além da reciclagem e encontrar formas de limitar os impactos ambientais e de saúde causados por esta poluição. Isto implica analisar todas as fases da vida dos produtos – produção, concepção, consumo e eliminação – através de uma abordagem de ciclo de vida. Na prática, significa reduzir a dependência de plásticos de uso único, redesenhar produtos para serem mais duradouros, seguros, reutilizáveis e recicláveis, procurar alternativas e evitar que estes escapem para o ambiente.

A recente palestra da Gorongosa decorreu na última quarta-feira, no distrito de Muanza, na vila sede distrital, envolvendo 42 participantes entre membros do Governo e liderança comunitária.

“Aprendemos sobre a poluição plástica. Exemplo, alimentos que compramos e guardamos no plástico, depois, consumimos podem estar contaminados e prejudiciais a saúde”, revelou Torge Silva Djequecene, reiterando que “as pessoas por não terem conhecimento deitam de qualquer maneira os plásticos”.

“Vamos levar esta mensagem para outros” que não participaram na capacitação, “de modo a evitarmos a poluição plástica”, garantiu Torge Silva Djequecene.

O ciclo de vida do plástico também contribui para as alterações climáticas. A produção de plástico, um processo com elevada exigência energética, foi responsável por mais de 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa em 2020, segundo estimativas.

“Hoje tivemos conhecimento sobre o plástico preto que é muito perigoso, mas é o que tem demais no mercado moçambicano. É “perigoso porque demora tempo para se decompor”, pode levar 20 anos. Com isso, através desta palestra que o parque organizou saímos com conhecimento de como fazer bom uso do plástico”, disse Tomé Sainda, depois da capacitação.

Se nada for feito para travar este fluxo, estudos científicos e estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU) prevêem que, em 2050, haverá mais plástico do que peixe nos oceanos. É por isso que é tão importante tomar medidas e colocar os resíduos no seu lugar e chamar à consciência de cada um para ser vigilante e responsável pela limpeza do ambiente em que se encontra inserido. (João Cipriano).


Discover more from Jornal Profundus

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Discover more from Jornal Profundus

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading