Moli Samuel Daniel é o nome da jovem de 18 anos encontrada morta na última quinta-feira, unidade comunal J, quarteirão 3, distrito de Dondo, em Sofala, com sinais de enforcamento.
Manuel Pitar é sobrinho da vítima. O menor de 11 anos conta com traumas de como se deparou com a morte de quem vivia com ele. Quando regressou da escola, achou que a tia estivesse na fontanária em busca de água. Foi ao quarto e assustou ao ver o corpo pendurado aos barrotes do tecto da residência e com capulana no pescoço. Imediatamente comunicou aos familiares.
Para Thalend Pitar Wir, prima da vítima, contou que estava no mercado a vender produtos, de habitual. Mostrou-se preocupada por demorar de receber a refeição do dia. Quando telefonou para a família teve a triste informação da morte. “Quando entrei no quarto, não consegui pegar [ela]. Chamei vizinhos, chefe de dez casas para me ajudar a ver o que estava a acontecer e confirmaram a morte”.
Thalend revelou que um dia antes da morte, ouviu a Moli Samuel Daniel a falar com o parceiro, relativamente ao atraso do período menstrual, a ponto de gerar dúvidas e pediu para que fizesse teste de gravidez.
Suspeita-se que o namorado tenha recusado assumir a responsabilidade de paternidade, segundo os familiares da vítima.
Já a liderança comunitária através do bairro de Mafarinha Tapera Felipe Mussub condena esta atitude, apontando que apesar de ser uma gravidez indesejada poderia deixar nascer e entregar às autoridades. “Estamos aqui como líderes, podemos canalizar as outras instâncias. Repudiamos, precisamos dessas pessoas amanhã poderão ser dirigentes”.
É o segundo caso de morte de meninas em menos de três semanas no distrito de Dondo, depois do caso de Ana Manuel Liquelique, de 10 anos, encontrada morta no dia 1 de Junho, depois de desaparecer uma semana do convívio familiar. Dondo: Rapariga achada morta uma semana depois do seu desaparecimento – Jornal Profundus (Narcísio Cantanha).