O equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a conservação ambiental deve estar no centro das políticas de turismo de Moçambique, defendeu a Karingani Game Reserve na Conferência Internacional do Turismo que decorreu em Vilankulo, na província de Inhambane, dos dias 7 a 9 deste mês. A operar no país há mais de uma década, a Karingani apresentou a sua visão de turismo sustentável como a via estratégica para gerar valor económico a longo prazo sem comprometer os recursos naturais que sustentam o sector.
Com mais de 40 anos de experiência em projectos turísticos em vários continentes, o Director Executivo da Karingani, Paul Milton, afirmou que Moçambique tem agora uma oportunidade única de se posicionar como uma referência mundial em turismo de baixo impacto, conservação da biodiversidade e experiências de viagem exclusivas. Sublinhou que os recursos naturais estão a desaparecer a um ritmo acelerado, mas que, quando protegidos e geridos de forma responsável, se tornam na base de um turismo de alto valor, capaz de gerar benefícios económicos e sociais para as gerações futuras. Reforçou que o princípio central do turismo sustentável é maximizar os retornos preservando o próprio recurso.
A Karingani alertou para os riscos associados ao turismo de massas, que pode levar à degradação ambiental e à perda de identidade cultural, exigindo não raro grandes esforços, prolongados e dispendiosos, de recuperação. Como alternativa, a reserva reiterou a importância de parcerias público–privadas consistentes, de infra-estruturas de acesso estrategicamente planeadas, de quadros regulatórios que reforcem a confiança dos investidores e, ainda, de modelos de desenvolvimento que fortaleçam a educação, a formação e a inclusão das comunidades locais, garantindo que o turismo gera benefícios partilhados.
Durante a conferência, foram apresentados exemplos internacionais que demonstram o êxito de estratégias de turismo sustentável, incluindo o Ruanda, o Botswana e a Nova Zelândia, onde o turismo se tornou um verdadeiro pilar do desenvolvimento nacional.
A Conferência Internacional do Turismo contou ainda com Garry Harwood, fundador e director da HKLM, o qual reforçou a importância de desenvolver uma marca nacional forte e coerente, capaz de reflectir a identidade e o potencial de Moçambique, tanto a nível interno como internacional. Sublinhou que, se Moçambique não contar a sua própria história, outros o farão, e que uma marca nacional sólida promove o orgulho interno, atrai investimento, impulsiona o turismo e fortalece a reputação internacional do país.
Em paralelo à Feira Internacional de Turismo FIKANI 2025, a Karingani apresentou publicamente o modelo do primeiro hotel do grupo Aman na África Subsariana, a ser construído dentro da reserva, um marco significativo que reforça a entrada de Moçambique no circuito internacional do turismo de alto valor.
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