“Mesmo com deserções, a Renamo continua viva”

Uma das maiores forças políticas em Moçambique vive momentos de discórdia relativamente à gestão actual do partido sob a liderança de Ossufo Momade. Os membros e simpatizantes da Renamo vivem entre ameaças, abandonos, discursos e resistência.

Dos exigentes em mudanças, na sua maioria são ex-combatentes, que pelo menos publicamente assumem, mas também ameaçam. São outros tempos os quais o mais antigo partido da oposição em Moçambique enfrenta o desafio de se reinventar num cenário cada vez mais exigente.

Novas formações políticas emergem, novas vozes disputam espaço, e antigos companheiros trocam de bandeira — um fenómeno que, para muitos, seria queda livre de uma estrutura. Contudo, a perdiz resiste.

“A Renamo não está triste com o abandono de alguns elementos. Isso não é nada. A Renamo nunca vai acabar porque João ou Manuel saiu. O partido está vivo do Rovuma ao Maputo”, confirmou, esta segunda-feira, o delegado distrital da Renamo no Dondo, Cristóvão Soares, que se mantém firme e coeso, apesar do abandono de alguns membros que decidiram filiar-se a outras formações políticas.

O dirigente assegurou ainda que, no Dondo, todos os militantes da Renamo apoiam o presidente Ossufo Momade, e que o partido continua a pautar-se pela democracia interna e pelo respeito à sua liderança.

“Não há nenhum elemento no Dondo que não queira o Ossufo Momade. Quem é da Renamo está com o presidente, o único a dirigir os caminhos do partido. Quando chegar o congresso, poderemos eleger outro presidente, mas neste momento seguimos e respeitamos o nosso líder”, reforçou.

Questionado sobre a alegada ausência da Renamo nas auscultações públicas no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo, o delegado negou tal informação e afirmou que o partido tem participado sempre que é convidado.

“Participamos em todos os locais onde a Renamo é convidada. Estamos prontos para colaborar pelo desenvolvimento de Moçambique”, concluiu.

A Renamo no Dondo celebrou há dias a comemoração dos 46 anos após a morte do seu primeiro líder, André Matsangaisse, que iniciou a luta política em Moçambique. (Narcísio Cantanha).


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