O MISA Moçambique manifesta preocupação com o desaparecimento do jornalista do portal online “Pinnacle News”, Arlindo Chissale, que se encontra fora do convívio familiar desde o dia 7 de janeiro de 2025.
Segundo informações fornecidas pela família, Chissale saiu de sua residência em Pemba, na província de Cabo Delgado, com destino a Nacala em Nampula, mas nunca chegou ao seu destino. A família formalizou a queixa de desaparecimento no dia 16 de janeiro, e até agora, a situação do jornalista permanece desconhecida.
Ao que o MISA-Moçambique apurou junto do seu irmão Macário Chissale, a situação de desaparecimento de Arlindo Chissale ainda carece de informações concretas que esclarecem o que terá acontecido, dado que surgiram nos últimos dias notícias nas redes sociais que dão conta do seu desaparecimento físico, entretanto, sem nenhuma evidência.
Nesse sentido, o MISA-Moçambique apela às autoridades competentes para que usem todos os meios disponíveis para localizar o jornalista e restituí-lo à liberdade, caso tenha sido vítima de algum tipo de sequestro ou detenção arbitrária.
O MISA Moçambique destaca que a liberdade de imprensa e a segurança dos profissionais de comunicação são pilares fundamentais para a democracia e o estado de direito. Qualquer ameaça ou violação contra esses princípios é inaceitável e contraria os princípios consagrados na Constituição da República de Moçambique, particularmente no que diz respeito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa.
O MISA Moçambique reafirma o seu compromisso com a defesa dos direitos dos profissionais de comunicação e continuará a acompanhar de perto o caso, pressionando para que medidas concretas sejam tomadas até que este caso seja devidamente esclarecido.
Mais preocupante ainda
A preocupação sobre Chissale aumentou desde quinta-feira, com a informação do activista, Joaquim Pachoneia, publicada na sua conta Facebook.
“…O nosso querido Chissale foi assassinado pelo regime [da Frelimo] em Cabo Delgado, juntamente com mais um delegado do podemos”, escreveu Joaquim Pachoneia, por volta das 12 horas.
“Fiz esse suspense todo porque estamos a envidar esforços para ter o corpo a entregar a família que não vai ser tarefa fácil porque se calhar já mandaram para a vala comum”, continuou a explicar.
Pachoneia aponta uma fonte [do Serviço Nacional de Investigação Criminal] pela qual negociou informações depois de conseguir “identificar o corpo de Chissale e mais outra vítima”.
O activista da Associação Mentes Resilientes que procurou informações em Pemba, diz que já faz tempo que soube, incluindo alguns activistas de renome no país. “Fiquei esse todo tempo à procura de formas [de] como informar-vos porque não tenho o corpo para entregar [aos] seus familiares, tornando-me difícil confirmar se a notícia é verdadeira ou não porque será minha palavra contra de algumas figuras”.
Contudo, as buscas por Chissale permanecem e agora com mais actores nacionais e internacionais que igualmente precisam de apoio.
Ainda há esperança, considerando que outras informações apontam a detenção de Chissale em Silva Macua por agentes do SERNIC e da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) que o prenderam para a cidade de Pemba, segundo testemunhas que vivenciaram o acto e fontes internas da polícia paramilitar. (Profundus).