Por Rosário Ntepa
Moçambique, como muitas nações em desenvolvimento, enfrenta um desafio que cresce silenciosamente: a falta de um destino claro para os seus jovens. A juventude, força vital de qualquer nação, vive mergulhada numa névoa de incertezas, promessas não cumpridas e oportunidades que nunca chegam.
Os jovens saem das escolas com diplomas na mão e sonhos nos olhos, mas o mercado de trabalho fecha as portas. As instituições públicas, muitas vezes corrompidas e ineficientes não oferecem mecanismos reais de inserção profissional. Os programas de empreendedorismo, apesar de anunciados com pompa, raramente chegam aos que mais precisam.
A frustração cresce e, com ela, o risco de se perder uma geração inteira — uma geração empurrada para a informalidade, para a emigração forçada ou para escolhas perigosas.
Um país sem políticas claras para seus jovens é um país sem futuro. Não basta apelar ao patriotismo ou à paciência. É urgente criar caminhos reais, investir em educação de qualidade, fomentar inovação e oferecer esperança concreta.
Porque se o país não oferece destino aos seus jovens, os jovens acabarão por dar outro destino ao país — e nem sempre será o melhor.