A promoção do empoderamento feminino e da sustentabilidade económica das mulheres em Sofala é uma necessidade urgente. Este reconhecimento da Secretária-Geral da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), durante a visita da província de Sofala, mostrou o interesse na materialização de iniciativas de género.
De visita a Sofala, depois de Manica, Cidália Chaúque destacou a relevância de projectos de cooperativas que visam fortalecer as iniciativas de mulheres nas áreas de agricultura e finanças.
Para Cidália Chaúque, estas cooperativas não apenas representam uma oportunidade de desenvolvimento económico, mas também um caminho para a transformação social e a equidade de género, formação de redes de apoio e troca de informações ou experiências.
Em Sofala, a Secretária-geral da Organização da Mulher Moçambicana, Cidália Chaúque, manteve encontros com as mulheres da cidade da Beira e dos distritos de Nhamatanda, Gorongosa, Búzi e Dondo, com actividades de carácter social e humanitário.
A implementação deste projecto, com ênfase na adaptação ao sistema de produção local, pode resultar na melhoria da renda e na promoção de uma produção mais eficiente e produtiva. Isso é essencial num contexto onde muitas mulheres enfrentam barreiras significativas para o acesso de recursos e oportunidades no mercado.
O apoio governamental mencionado por Chaúque é um passo crucial para a viabilização dessas iniciativas. As políticas de capacitação são indispensáveis para garantir que as mulheres não apenas participem das cooperativas, mas que ocupem posições de liderança e tomada de decisão. “O secretariado nacional tem este programa das cooperativas a nível nacional com apoio total e todas elas já estão registadas, vai iniciar a formação para que estas cooperativas funcionem”, garantiu.
Para a Secretária da OMM, o fortalecimento das competências técnicas e gerenciais permitirá que as cooperativas se tornem sustentáveis e impactantes, contribuindo para o desenvolvimento económico, local e regional. Portanto, é fundamental que as mulheres em Sofala continuem a exigir e a articular iniciativas de desenvolvimento que não apenas tratem da questão económica, mas que também promovam um ambiente que respeite os direitos e o potencial das mulheres.
“Dissemos que o objectivo neste momento é ter sustentabilidade da Organização para que nos tornemos mais sustentáveis com capacidade para formar, sustentar tanto a Organização como as próprias mulheres”, defende Chaúque.
Os projectos devem ser desenvolvidos em colaboração com as próprias mulheres e as comunidades locais, garantindo que as suas vozes sejam ouvidas e que as suas sugestões sejam integradas. Isso pode incluir a formação em áreas específicas que fortaleçam a capacidade das mulheres, desde habilidades empreendedoras até conhecimento em direitos humanos e legislação sobre igualdade de género.
Além disso, é importante que as acções propostas nos projectos sejam adaptadas às realidades locais de cada província. A diversidade cultural e as diferentes situações socioeconómicas exigem abordagens específicas que considerem as particularidades de cada região.
Para o sucesso dos projectos, deve-se também incluir mecanismos de monitoramento e avaliação que permitam medir a eficácia das acções e realizar ajustes conforme necessário. Assim, a sustentabilidade das iniciativas dependerá não apenas de recursos financeiros, mas também da criação de redes de apoio que fortaleçam a autonomia e a capacidade de organização das mulheres. Isso inclui o combate a Violência Baseada no Género e feminicídio.
Contudo, o fortalecimento da OMM e de outras organizações de mulheres em Moçambique passa necessariamente pela promoção de projectos inclusivos, que valorizem as especificidades locais e que garantam o empoderamento das mulheres, criando um caminho para a promoção da igualdade de género e do desenvolvimento sustentável. (Narcisío Cantanha).