No ano passado, a comunidade de Chissange, no distrito de Dondo, em Sofala, desafiou-se a produzir 20.000 mudas de várias espécies para reflorestar as áreas degradadas. Mas só conseguiu 9 mil, deixando a continuação do desafio para este ano.
A produção de mudas destinadas à recuperação das áreas florestais degradadas é uma iniciativa de grande impacto ambiental no povoado de Chissange. Esta acção resulta de um processo de capacitação comunitária sobre a gestão sustentável dos recursos naturais.
O supervisor de Relações Comunitárias no Dondo, Izequiel Bonda, sublinhou que os trabalhos actuais marcam uma etapa essencial rumo à restauração ambiental da região. “É o resultado dos treinamentos que demos sobre a gestão de recursos naturais. A comunidade percebeu a importância da floresta e os efeitos negativos de não a ter, o que é particularmente sentido em Chissange, uma área cuja floresta foi devastada no passado”.
O pacote de formação abordou de forma prática e teórica a relevância do reflorestamento e as consequências do desmatamento, com o enchimento de vasos e a preparação de viveiros, despertando o interesse das famílias locais em participar activamente na restauração das zonas afectadas.
“Aos poucos, a comunidade está a se engajar e assimilar as informações que transmitimos. Hoje vemos que o esforço está surtindo efeito, porque a população já entende os perigos da má gestão dos recursos naturais, como a escassez de material de construção, medicamentos tradicionais, chuva irregular e lenha para uso doméstico. Afinal, cortar árvores não é proibido, é proibido o abate indiscriminado”.
Em Chissange, a meta definida no ano passado é a produção de 20.000 mudas, no entanto, foram 9 mil mudas de diferentes espécies de árvores já conseguidas.
“Estamos a ficar sem floresta, [por isso], estamos a fazer enchimentos de vasos para depois lançar as sementes. Com estes treinamentos, já conhecemos a importância do reflorestamento”, disse o membro da comunidade de Chissange, Tomás José.
Isabel Manuel é também da comunidade de Chissange. Ela afirma que já se registam mudanças positivas no comportamento das pessoas relativamente ao meio ambiente em relação aos anos passados. “As coisas estão a mudar com o que estamos a aprender, muitos já temem fazer queimadas descontroladas e corte de árvores”. (Narcísio Cantanha).
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