Uma suposta Organização Não-Governamental “PROCFUC” burlou mais de cem pessoas ao cobrá-las entre 1.000 e 5.000 meticais com promessas de serem mobilizadoras comunitárias. A “cara” da alegada empresa em Dondo é de um jovem de 27 anos já a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) pelo crime.
Com promessas de emprego e salários fixos de 8.500 meticais mensais, o suspeito conseguiu ganhar a confiança de dezenas de candidatos.
Para garantir o acesso às referidas vagas, os interessados eram instruídos a pagar valores monetários até 5.000 meticais. Muitos dos lesados chegaram até mesmo a assinar contractos de trabalho, com a esperança de estarem a iniciar uma nova etapa profissional.
Desde a última quarta-feira, o indiciado está sob custódia policial, alegando igualmente ser vítima da fraude.
O jovem conta que foi contactado por alguém a partir de Maputo, que lhe apresentou um suposto projecto de apoio a pessoas desfavorecidas.
“Fui contactado por uma pessoa que disse ter um projecto para ajudar pessoas carenciadas. Aceitei colaborar. Depois, ele disse que uma mão lava a outra, ou seja, as pessoas deveriam pagar para fazerem parte do projecto”.
Inicialmente convenceu duas pessoas que aliciaram as outras. Os pagamentos feitos pelas vítimas eram transferidos para si, e mandava ao suposto responsável do projecto em Maputo.
Uma das vítimas e também recrutadores conta que “o dinheiro era depositado na conta dessa pessoa [indiciada]. Eu só entregava os contractos e orientava as assinaturas. Cheguei a desconfiar quando percebi que as coisas não estavam claras e decidi procurar a polícia, expliquei tudo. Também paguei o valor, por isso digo que fui burlado”.
O Sub inspetor da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Sofala, Honório Chimbo explicou que o indiciado anteriormente era trabalhador de uma Organização Não-Governamental que operava no distrito do Dondo.
O indiciado idealizou um falso projecto, criou a empresa fictícia e produziu contractos falsos.

“As cobranças variavam entre 1.500 e 5.000 meticais, dependendo das condições das vítimas. Quem tinha mais pagava mais por carteira móvel ou [dinheiro] físico”.
O mês de julho estava previsto para o início das actividades. Quando este período falhou sem actividades de mobilização comunitária, uma das vítimas denunciou à Polícia da República de Moçambique.
A PRM disse que “as investigações continuam, e neste momento ainda é prematuro avançar com o número exacto de vítimas e o montante total dos prejuízos, visto que as denúncias continuam a aumentar. Estimamos já mais de 100 vítimas identificadas”.
Os autos que fundamentam a sua detenção ainda estão a ser finalizados para a respectiva responsabilização criminal.
As autoridades apelam à população para denunciar quaisquer casos semelhantes.
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