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Seguimento: Homem que sofria de quase todo tipo de violência já “escapou”

Gaby de 40 anos de idade que quebrou o silêncio na edição Profundus152.01.12.2023, já encontrou solução uma semana depois da reportagem, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala.

Gaby descrevia Amina, em 2006, como a flor do jardim, mas antes da reportagem do Profundus, o homem via a mulher como inimiga.

Embora os homens também sejam vítimas de violência doméstica, não ocorre o enfrentamento de forma igual ou necessária na sociedade, colocando-os no “esquecimento”. O homem que quebra o silêncio é facilmente considerado de “matreco” ou até motivo de piada e as mulheres de “visionárias”. Mas quando é ao contrário, é pura violação, podendo até chegar ao debate de marxista ou feminista.

O facto é que os homens também são vítimas de violência. É o caso de Gaby e Amina, na vila de Nhamatanda.

Cada briga dos dois era motivo suficiente de Amina destruir os bens materiais que juntos conseguiram.

Casaram maritalmente, mas hoje a mulher vive com os filhos na casa dos avós, enquanto o homem com filhos de uma outra mulher, mãe e sobrinho na casa que construiu com Amina.

Os dois têm uma residência na vila municipal de Nhamatanda, mas o homem continua na casa, a mulher depois de uma discussão há oito anos, carregou todos bens para a casa dos pais, na ocasião, o marido esteve de missão de serviço na Beira. Amina é lá onde ainda vive e sempre a beber “nipa” (bebida-caseira) que ela mesma produz e vende. Este foi o início de uma relação de violência psicológica e física contra Gaby.

 

Gaby conheceu Amina em 2006 e juntos fizeram cinco filhos

Gaby e Amina fizeram cinco filhos, porém, três vivem e estudam.

Gaby, na primeira reportagem, contou que estava a passar mal. Amina quando se dirigisse ao marido falava como se estivesse com criança, com palavrões, lhe batia no meio de pessoas. O desprezava. Mas o homem, nunca devolveu, até porque a mulher tem problemas de braço.

Gaby conta que Amina não quer viver com a mãe dele. “Minha mãe não está bem de saúde, tem doenças crónicas, por isso, fiz uma casinha para ela dormir e comer é connosco”.

Amina não quer regressar aos braços do Gaby. “Já tenho uma amiga [namorada], mas [Amina quando soube] veio à minha casa brigar até partir bens dentro da minha casa”.

Existem maridos bem tratados pelas esposas mesmo sem emprego, mas Gaby é funcionário do Aparelho do Estado, no sector da Saúde há longos anos, mesmo assim, só viu paz depois da reportagem, em dezembro findo.

É um caso que deu de falar na zona, nos amigos, nos familiares e envolveu conhecidos até midia.

Amina já não quer Gaby desde que levou os bens há oito anos depois de uma discussão. Também não queria ver o homem com namorada ou outra mulher.

Amina alegava que Gaby devia fazer outra casa para as crianças que juntos fizeram, os tais miúdos que ela levou para os avós. Segundo contou o homem, o caso foi até à Procuradoria Distrital, depois de tantas sentadas sem solução.

“De lá, foi que eu comprasse chapas de zinco” para oferecer a mulher como forma de ajuda-la a erguer a casa”. Gaby cumpriu. Tempo depois, Amina regressou aos braços do homem, mas em pouquíssimo tempo, foi-se novamente aos pais onde até hoje vive.

Contudo, Gaby já queria a todo custo livrar-se da mulher sem problemas, considerando que já tinha perdido a esperança de que ela voltaria. Aliás, a última vez que dirigiu-se à casa do homem, destruiu bens e bateu a rival.

Depois da primeira reportagem do Profundus, a família sentou novamente, e decidiu que Gaby seguisse sua vida e que no final do mês, não esquecesse os seus filhos (apoio financeiro).

Gaby vive agora com os filhos da primeira mulher, enquanto aqueles três que fez com Amina residem nos avós maternos, sendo que a mais velha já vai estudar 12ª Classe, outra vai fazer 10ª Classe e a última – 9ª Classe, este ano.

Gaby diz que já encontrou uma mulher também funcionária do sector da Educação. Os dois já planificam uma vida melhor.

Esta é uma prova de que os homens também sofrem de violência vinda das “rosas-espinhosas”. Para a vítima mulher, existe uma vasta discussão e protecção na sociedade. Facilmente, pode-se encontrar material sobre a violência sofrida por mulheres, ou seja, eventos, seminários, congressos, inúmeras formas de abordar, discutir, dialogar e inserir em sociedade a mulher vítima, o que quase não ocorre com o homem. É preciso igualdade mesmo. (Muamine Benjamim).

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