Técnica de farmácia enfrenta processo-crime por desvio de medicamentos em Gorongosa

Rosilene António de 27 anos de idade, técnica da farmácia, actualmente desempenhando a função de fiel de depósito de medicamentos há 3 anos no distrito de Gorongosa, está detida desde dia 19 de setembro de 2025, depois de interpelada pela Polícia da República de Moçambique (PRM) na posse de uma quantia significativa de medicamentos diversificados.

Trata-se de seis frascos de Fluconazol  de quinhentas cápsulas, 75 frascos de azitromicina suspensão, 100 caixinhas de doxiciclina que contém 10 lâminas de comprimidos cada, 10 frascos de Cotrimoxazol, 80 frascos de depo-medrol, e 90 lâminas de Coartem. São medicamentos usados para combater a malária, combater infecções do tracto urinário, infecções de pele, diarreias, pneumonia, micoses, infecções do trato respiratório e cólera, entre outros, portanto doenças que preocupam Gorongosa.

Os hospitais não têm medicamentos por conta de acções como as de desvio. O problema é antigo, mas as denúncias são raras.

Em tribunal, a acusada confirma o facto e alega ter feito por conta das necessidades que tem passado, e por desespero optou no desvio dos medicamentos.

Os fármacos são do sistema nacional de medicamentos.

O difícil ainda é concluir se este crime envolve outros agentes (rede). Neste caso, como saiu o medicamento do depósito, quem compraria e como seria para o comprador até chegar ao doente aflito. Afinal, os hospitais ficam sem medicamentos, enquanto as farmácias têm à venda, sempre.

O julgamento estava marcado para ontem, terça-feira, mas o dossier passará a ser um processo comum por causa da complexidade do caso, deixando assim para uma data a anunciar.

Mesmo assim, Rosilene António alegou que não existem terceiros envolvidos nessa acção. Os medicamentos seriam vendidos a terceiros, disse a jovem de 27 anos, acrescentando que não tinha ainda nenhum cliente., sendo a primeira vez neste tipo de crime.

A mãe de bebé, entre choro e olhar triste, arrepende-se desta atitude.

Este é um assunto que pode envolver chefes.

Por causa da complexidade do caso e questões de segurança, o juiz presidente do tribunal judicial do distrito de Gorongosa, Benedito Marques, decidiu que a acusada deve continuar detida até que se reúnam elementos suficientes para o julgamento e a decisão final do caso, sem direito a liberdade condicional.

Benedito Marques é o mesmo juiz que leu a sentença do edil de Gorongosa, Sabete Morais, condenando-o à pena de quatro meses de prisão e multa de dois meses, e o antigo vereador das Finanças, Zeca Manuel José – três meses de prisão e multa de dois meses, respectivamente esta última computada em taxa diária de 200 meticais, por ter ficado provado o abuso de cargo ou função”. (Ana Cleta e Muamine Benjamim).


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