A Associação de Naturais e Amigos de Cheringoma (ANACHE) organizou no último sábado, uma marcha com a qual pretendia expressar a sua satisfação pela indicação de um “filho da terra” a candidato para o cargo de Presidente da República pelo partido Frelimo.
Com efeito, mais de 150 membros da ANACHE deslocaram-se da capital provincial, Beira, para Cheringoma. Juntaram-se aos locais e celebrarem o facto de Daniel Francisco Chapo ter chegado ao estatuto de candidato à Presidência.
Numa mensagem lida na ocasião, João Sadique, em representação da presidente da ANACHE, destacou que desde a sua criação, a Associação em colaboração com o Governo do Distrito de Cheringoma e em conformidade com o plasmado nos seus estatutos, tem vindo a promover o reencontro dos naturais do distrito que se encontram dispersos um pouco por todo o País e na diáspora.
É ainda missão da ANACHE, promover o desenvolvimento socioeconómico de Cheringoma, através da divulgação das potencialidades que ali existem, como forma de atrair investidores.
João Sadique narrou o roteiro da vida de Chapo desde o seu nascimento, em Cheringoma, até à sua eleição para concorrer a Presidente da República.
Em forma de homenagem aos moçambicanos sacrificados no local onde se ergue o Monumento do Massacre de Inhaminga e aos perecidos durante as guerras que se seguiram, Sadique afirmou que os antepassados se juntam, neste momento, a todos os que se regozijam com a eleição de Daniel Francisco Chapo num grito de “Makolokoto M’bale wathu”, “parabéns nosso irmão”, tradução de cisena para português.
A marcha foi antecedida duma cerimónia de evocação dos antepassados, na casa do Régulo Chidanga, sendo que o desfile iniciou na casa onde Daniel Chapo foi nascido e que era propriedade da Trans-Zambeze Railway Company, abreviadamente, TZR – empresa privada de capitais britânicos que explorava a ferrovia Dondo-Moatize, onde o pai trabalhava e que mais tarde, como resultado das nacionalizações passaria todo o seu acervo de propriedades e equipamentos para a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) Delegação -Centro.
O régulo Chidanga, entrevistado no local da exaltação e de apresentação de mensagens disse à reportagem do “Profundus” que além de se sentir satisfeito com a sorte que Inhaminga teve, espera que se Daniel Chapo chegar à Presidência da República se lembre de olhar para Cheringoma com mais atenção sobre os aspectos que constituem as maiores fragilidades de momento.
Cândida Francisco Nota Cassange, membro da ANACHE que se deslocou a Cheringoma para a celebração, foi outra das pessoas entrevistadas e dela quisemos saber: Se Daniel Chapo tivesse sido eleito Presidente e a senhora Cândida tivesse a oportunidade de fazer um pedido ou uma recomendação, o que iria dizer?
A nossa entrevistada que mostrou ter um conhecimento profundo da história da região, pronunciou-se nos seguintes termos:
Pedidos são muitos que iríamos colocar. Mas o mais prioritário seria a reabilitação da estrada Dondo-Matondo. Pois este projecto já existe há longa data. Quando à SOMOPO foi adjudicada a construção da ponte sobre o rio Zambeze em Caia em 1977, o asfalto do troço Dondo-Matondo fora confiado à empresa CEMSO, mas devido à intensificação da guerra civil, estes projectos foram descontinuados. Entretanto, como por estas alturas podemos dizer que a região não está sendo assolada por nenhum conflito, parece ter chegado o momento de se retomar o projecto e embora toda a província tenha muitos problemas por resolver, a Estrada Nacional Número 282 devia ser a prioridade pois isso iria catapultar o desenvolvimento dos distritos desta região.
A Associação de Naturais e Amigos de Cheringoma tem reconhecimento oficial como pessoa jurídica, sem fins lucrativos. Sua oficialização foi em Boletim da República com o Nr 50, III Série de 12 de Dezembro de 2012. (Ricardo Mapoissa-Cheringoma Profundus-PDF).