O distrito de Cheringoma, em Sofala, registou no primeiro trimestre de 2025, em média 72 casos de malária por dia, resultando em sete óbitos. A situação preocupa o governo local, levando-lhe a promover palestras de boas práticas contra a malária nas comunidades, além de distribuir as redes mosquiteiras.
O responsável do Programa de Controlo da Malária no Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social de Cheringoma, António Tomé Caetano, falando sobre a palestra, disse que é uma “actividade que só está a começar [no bairro 11 de Novembro]. Vamos estender para outros bairros”.
“Ao nível do distrito, a tendência é de aumento de casos de malária. Todos os dias, em média, ronda nos 72 casos diários”, revelou o responsável do Programa de Controlo da Malária no Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social de Cheringoma.
Com as palestras iniciadas há uma semana, “a ideia é consciencializar a nossa comunidade, dar a conhecer sobre a situação da malária no nosso distrito, também lembrar das medidas de prevenção da mesma doença”, explicou António Tomé Caetano, apontando a comunidade que “de certa forma influencia no aumento de casos”.
Só no primeiro trimestre de 2025, houve aumento de 90 casos, comparativamente ao período de 2024. “Tivemos 6.497 e 6.407”, respectivamente, resultando em “sete” óbitos dos 72 casos em média diária.
A quase inexistência de medicamentos nas unidades sanitárias de Cheringoma contribui para o aumento de casos de malária. Algumas pessoas já não recorrem aos hospitais “porque sabem que não têm medicamentos, então se estivéssemos a testar todos […] “tenho a certeza [que] teríamos muito mais casos do que o número que registámos no primeiro trimestre de 2025”.
A malária é uma doença causada pelo parasita Plasmodium, que causa sintomas como febre, suores, calafrios, náuseas, vómitos, dor de cabeça e fraqueza, e é transmitida para as pessoas por meio de uma picada de fêmea infectada do mosquito Anopheles.
A malária tem cura, mas é importante que o tratamento seja iniciado rapidamente, pois em muitos casos a doença pode se tornar grave, provocando anemia, diminuição das plaquetas, insuficiência renal ou, até, o comprometimento do cérebro, em que as possibilidades de complicações e de morte são maiores.
Evitar as áreas mais propensas à contaminação da doença (charcos ou lixo), principalmente durante o entardecer ou amanhecer; usar repelente, respeitando as orientações do fabricante; colocar telas de protecção contra mosquitos em janelas e portas; manter limpeza das ruas; não fazer campos de produção agrícola próximos das residências, são algumas medidas de prevenção da malária. São algumas práticas não observadas com rigorosidade pelas comunidades de Cheringoma.
O responsável da malária em Cheringoma critica atitudes de pessoas infectadas pelo vírus da malária. Alguns “recebem os medicamentos”, mas “partilham para os outros ao invés de terminarem a dosagem. Não terminar o tratamento é igual a não se declarar curado, pode ser o caso de apenas se registar uma melhoria”, porém o parasita continua no sangue, e com o tempo poderá apresentar sintomas da malária. (Lucas Singale).