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Paróquia Imaculada Conceição – Nhamatanda: Monumento distrital que muitos desconhecem

A Paróquia Imaculada da Conceição de Nhamatanda é um momento no distrito. Ali está reservada uma realidade passada que tantos desconhecem e as visitas não são apenas no contexto religioso. O coordenador paroquial recorda, em detalhes, os tempos desde 1985.

De “Bambu Crick” a“Nhamatanda” Historicamente, Nhamatanda teve muitos nomes. No início de sua cronografia, era conhecido como “Bambu Crick”. No dialecto local de Chisena, significa “Senhor Crick” – uma referência a um britânico, proprietário de terras na área.

Falantes de inglês, no entanto, se referem ao lugar como “Bambu Creek”, uma referência a um pequeno rio, perto da vila. Que nome primeiro é desconhecido, e muitos moradores da área referem-se variavelmente a essas diferentes histórias. Nova Fontesvila, o nome dado para o lugar pelos portugueses (que habitavam na região, juntamente, do britânico).

Os nomes da Nova Fontesvila e Bambu Crick existiam, simultaneamente. Na década de 1920, foi oficialmente, renomeada para “Vila Machado”, uma referência ao engenheiro português responsável pela construção da estrada de ferro da Beira para Harare. Refere-se ao facto de que a ferrovia foi construída por meio de um grande bosque de árvores que precisaram de ser cortadas por machados.

O nome actual “Nhamatanda” foi dado em 1975, pós-independência de Moçambique. Deriva do nome do rio local.

Em língua local chisena, a palavra Nhamatanda, pode ser derivada a partir de palavras com o significado de “grandes troncos”. É dito que o rio era forte o suficiente para passar grandes troncos de seu comprimento, antes da construção de barragens.

Nos tempos de “Bambu Crick”, era antes de existir o edifício da Paróquia Imaculada da Conceição.

 

Paróquia Imaculada da Conceição além da religião

A Paróquia Imaculada da Conceição – Nhamatanda, está localizada a Norte com o distrito de Gorongosa, a Leste com o distrito do Dondo, a Sul com o distrito do Búzi, a Noroeste com os distritos de Chibabava e a Oeste com o distrito de Gondola da vizinha província de Manica.

O catequista, vulgarmente, chamado por coordenador Paroquial, Pedro Janela, está naquele estabelecimento desde 1985 e recorda os tempos em detalhes.

“Em 1931, construiu-se a igreja e nascia também a evangelização” disse Janela, para proliferar a fé no distrito de Nhamatanda.

O edifício histórico da Igreja Católica de Nhamatanda é o fruto da colonização portuguesa, como tantas instituições existentes no distrito. Depois da independência de Moçambique, as obras portuguesas passaram a ser nacionalizadas. Aquela igreja teve a mesma “sorte”, mais tarde passou a exercer duplas funções: uma de servir de sala de aulas em meios de semana, e a outra de casa de culto nos finais de semana.

Até 1983, a Paróquia Imaculada da Conceição não tinha padre residente. Um ano depois, “já vinham os padres de Dondo, pois, a igreja já pertencia à Comunidade Santa Ana de Dondo.

Segundo Pedro Janela “até 1985, nós estávamos a depender do distrito de Dondo, porque na altura que me referi antes, a Paróquia Imaculada da Conceição pertencia à missão de Amatongas”, na província vizinha de Manica, onde era controlada por padres franciscanos.

O primeiro padre foi Manuel Chuanguira Machado, depois, transferido o bispo de Gurúe. Mais tarde os padres, assistente Fernando Peres Perieto- missionário da África; Gama, da Companhia de Jesuítas; José Augusto Alves de Sousa, de Jesuítas; José Manzenza, dos Sagrados dos Corações; padre Odilo, missionário da África; João Maria Vanden Boche, dos Sagrados dos Corações, sucessivamente, além de irmãs. Depois veio o Padre Matias Mulumba Kyimba-do Clero Diocesano da Beira, que foi o primeiro Pároco, aquando da criação da Paróquia Imaculada Conceição e era Coadjuvado pelo Pe. Júlio Joaquim Muendoassua-Diocesano e o seminarista António José Ticaqui Augusto em experiência pastoral naquela comunidade Paroquial. Depois destes, a igreja passou a ter padres residentes. O primeiro pároco residente foi Pe. Lourito António Chingore Cabeque, depois Pe. Adelino Fernandes Correia Fernandes, seguiu o Pe. Justino, Alexandre e passou a ter padres assistentes ou administradores paroquiais em linguagem católica, Jorge Joaquim Pinho, Meque e desde janeiro de 2024, está o Padre António José Ticaqui Augusto, como Pároco residente a assistir a Paróquia Imaculada Conceição – Nhamatanda.

Para os católicos, por um lado, a igreja faz lembrar aos mais velhos o que, exactamente, significou e significa na “formação de muitos cristãos, alguns destes podem estar a exercer funções ao nível da Diocese” a partir da Paróquia Imaculada da Conceição. E para a sociedade, aquele património faz lembrar aos mais velhos o que, exactamente, aquele lugar representa, e fazer com que a nova geração saiba”, avaliou o professor reformado Pedro Janela.

Na independência de Moçambique, não há como não falar do papel da igreja católica.

Entretanto, “sendo um edifício histórico e que não está a ser usado para missas, [a Paróquia Imaculada da Conceição] enfrenta desafios. O primeiro desafio é não apagar a imagem desse edifício. Não podemos deixá-la cair”, exortou.

“Apesar da Diocese nos apoiar [financeiramente], o cristão, também é responsável pela manutenção e conservação. Nas nossas missas, reservamos ofertório para apoiar à renovação [do património], mas os fundos não são suficientes”, disse Janela, para convidar “quem quiser visitar, estamos de portas abertas”, preferivelmente aos sábados.

A camada juvenil, independentemente, de religião, também é convidada a ouvir a história da Paróquia Imaculada da Conceição, pois falar dela é mexer Nhamatanda. “E aquele que tiver força pode nos dar mão [ajuda], incluindo sugestões, está bem-vindo. A igreja é de todos”.

Há previsão de se mudar de nome da Paróquia Imaculada da Conceição de Nhamatanda para Paróquia Imaculada de Maria de Nhamatanda.

No dia Internacional de Monumentos e Sítios, 18 de Abril, a Paróquia Imaculada da Conceição de Nhamatanda não escapa visitas.

Além da Paróquia Imaculada da Conceição de Nhamatanda, o distrito tem outros locais históricos, nomeadamente, Base Mucuzi-Zambassira, na localidade de Chirassicua; Base Kufa Kulipo, na localidade de Metuchira, Quartel Subterrâneo, vila sede; e Águas quentes de Mucuzi. (Muamine Benjamim).

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