A matriz apresentada no dia 24 de Fevereiro de 2025, pela comunidade de Canda indica uma tendência de redução da caça furtiva e respectivas armadilhas no Parque Nacional da Gorongosa e sua ZDS. De 2021 a 2024, a diminuição foi tão significativa que chegou a ter zero em alguns casos, como resultado de sensibilizações comunitárias de animadores no Posto Administrativo de Nhamadzi- Canda.
Amélia Melo, membro do Comité de Gestão de Recursos Naturais de Canda, apresentou estes dados durante a visita de campo da equipa de implementação do Programa “Desenvolvimento Sustentável de Meios de Subsistência sobre as Comunidades da Zona Tampão da Gorongosa”, (SLDP), mostrando os resultados das actividades impactantes na vida das comunidades.
Em (2021), registaram 92 casos de caça, reduzindo para 60 (2022); 37 (2023) e 13 (2024). Detalhadamente, a partir de 2021, reduziram as armadilhas mecânicas, de 11 para 9 (2022), 7 (2023) e 5 (2024); de 8 ratoeiras diminuíram para 7, 4 e 2; de 12 redes de pesca baixaram para 9, 6 e 3; de 11 pás para 8, 5 e 2; de 9 cerras de madeira para 7, 4 e 1; de 6 cabos de aço para 3, 1 e 0; e de 35 pranchas de madeira para 17, 10 e 0, correspondentemente.
Estas apreensões resultaram do aumento de membros sensibilizados nas comunidades por ano. Ora, em 2021, foram realizadas 600 palestras por 15 animadores alcançando 1.867 homens e 1.344 mulheres; 2022, com o mesmo número de animadores e palestras alcançaram 2.141 homens e 1.786 mulheres; 2023, com o mesmo número de animadores e palestras abrangeram 2.264 homens e 1.821 mulheres; e já em 2024, o número de animadores aumentou para 55 e 2.200 palestras alcançando 28.359 homens e 19.625 mulheres.
As comunidades também reflorestam as áreas degradadas. Nos últimos dois anos, produziram 13 mil mudas e plantaram-nas em 12 hectares, para além da realização do manejo de regeneração em 3,7 hectares nas zonas de Domba, Magala, Nhandar e Canda. Já para 2025, a produção deverá ser de 17.500 mudas para plantar pelo menos 8.000 numa área de 6 hectares.
“Havia muito desmatamento, mas agora não há”
“Na Serra da Gorongosa, havia muito desmatamento, mas hoje graças aos fiscais e ao Comité, as comunidades já estão cientes de não cortar as árvores, até mesmo [contra] a caça dos animais. Significa que a população já sabe [porque deve conservar] ”, descreve o substituto do Chefe do Posto Administrativo de Nhamadzi – Canda, António Tomás Vernijo, apontando as vantagens das árvores onde habitualmente decorrem reuniões, que dão sombra.
O líder comunitário de Domba em Canda, João Juvêncio Paulo, também descreve o impacto da Conservação, envolvendo a sua comunidade. Neste momento, colhe as sementes enquanto “planta as mudas em coordenação com o Comité de Gestão de Recursos Naturais”. (Progressus).