Comunicar para Mudança

“Somos iguais, guerra nunca mais…” – Embaixador de Portugal

O Embaixador de Portugal em Moçambique, de visita à Gorongosa, deixou uma mensagem de paz. António Costa Moura, falando aos 43 jovens e familiares de ex-combatentes da RENAMO graduados pelo Programa Clube da Paz através do Parque Nacional da Gorongosa, das várias estratégias para garantir a paz, repetiu inúmeras vezes que “somos iguais, nunca mais devemos repetir a guerra, mas devemos repetir, sem parar, tudo o que de bom fomos capazes de fazer em conjunto”.

O distrito de Gorongosa foi um dos centros da guerra civil dos 16 anos. Até 2023, existia a última Base da RENAMO no Posto Administrativo de Vunduzi, o que simbolizava ainda o medo das comunidades. No dia 15 de junho de 2023, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e o Presidente da RENAMO, Ossufo Momade, encerraram a última Base marcando o fim da fase de Desarmamento e Desmobilização do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).

Portanto, o DDR já havia começado no dia 01 de agosto de 2019, pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, ao  assinarem, em Chitengo, no Parque Nacional de Gorongosa/Parque da Paz, o acordo de cessação definitiva das hostilidades militares, que põe oficialmente fim aos conflitos militares no país.

Antes mesmo da desactivação da última Base da RENAMO, o Clube da Paz já estava estabelecido em Gorongosa.

As declarações de António Costa Moura fortificam a vontade de Portugal manter uma boa relação com Moçambique, especialmente na construção da paz. Repare que a Embaixada Portuguesa é o financiador do Programa Clube da Paz de Gorongosa culminando com a graduação na última quarta-feira (24.07) dos 43 jovens e familiares de ex-combatentes da RENAMO em cursos de Canalização e Refrigeração e Climatização com a duração de três meses.

Os formados são jovens sem condições para formações de ensino superior, mas que depois de terminarem o ensino secundário viram-se acolhidas pelas oportunidades do Clube da Paz.

Só em 2021, em 10 Centros, as iniciativas do Programa Clube da Paz beneficiaram 109 ex-combatentes, seus familiares, esposas, filhos e netos; em 2022, igualmente, o Programa ajudou 29 em 13 Centros; em 2023, 35 em 24 Centros; e em 2024, 268 em 27 Centros.

De 2022 a esta parte, o Programa Clube da Paz, já integrou familiares de 11 ex-combatentes da Renamo no curso de Serralharia, 22 em Canalização, Refrigeração 44, Culinária 22, Electricidade 27 e Corte e Costura 02, de forma inclusiva.

Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura

Em 2023, o Programa Clubes da Paz já inscreveu mais de 1.064 alfabetizandos. Destes efectivos gerais, 319 são familiares de ex-combatentes incluindo esposas, filhos, netos, irmãos e cunhados, aliás, mais de 81 são ex-combatentes.

Este ano, 2024, o Programa Clube da Paz já integrou 8 familiares de ex-combatentes da Zona de Desenvolvimento Sustentável nos Clubes Ambientais, 11 para iniciativa de Pré-Escola/DECIPE, 15 nos Clubes da Raparigas, 01 no Clube de Jovens e 17 nos Clubes de Professores/Ensino à Distância.

Ao acompanhar estas actividades do Clube da Paz, António Costa Moura apelou para que “continue este espírito construtivo”.

Na ocasião, António Moura deixou claro que Portugal sempre esteve, continua e continuará activo e empenhado em apoiar esta iniciativa [Clube da Paz], deixando “um grande abraço de solidariedade de irmão para irmão entre o povo português e o povo moçambicano. “Nenhum tirano nos irá escravizar”, citou o último verso da antepenúltima estrofe do Hino Nacional de Moçambique.

A Embaixada de Portugal em Moçambique, através do financiamento do Instituto Camões, apoia o projecto “Clube da Paz”, que apoia também familiares de ex-combatentes da RENAMO, em cursos de Refrigeração e Canalização organizados pelo Parque Nacional da Gorongosa.

“Não podemos ficar sempre a culpar-nos uns aos outros pelas coisas que correram mal. Claro que temos de preservar a memória, porque um povo sem memória é como uma árvore sem raiz. Mas também temos de usar as lições dessa memória para nunca mais repetir o mal que foi feito e repetir sempre, sem parar, tudo o que de bom fomos capazes de fazer em conjunto” – concluiu António Costa Moura. (Profundus PDF).

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