Um menor de 8 anos morre afogado no poço em Dondo

Uma criança de 8 anos morreu por afogamento, após cair num poço localizado no quarteirão 13, Unidade Comunal ‘C’ no bairro Mandruzi, na cidade do Dondo, província de Sofala. Jaime encontrava-se a brincar com os seus amigos, quando ocorreu o trágico incidente, a menos de 70 metros da sua residência, onde vivia com os pais.

Mandruzi, um bairro em expansão no distrito de Dondo, tem apenas um fontanário para mais de duas mil residências.

Alguns residentes chegam a percorrer mais de 7 quilómetros para o único fontanário.

A situação leva os residentes a construírem poços caseiros para garantirem o acesso à água, ainda que não potável. Mas longe de se imaginar, um poço em uso há oito anos poderá ser tapado depois desta tragédia.

“Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer”, lamentou Esnol de Jesus, o proprietário do poço.

“Não havia protecção à volta do poço”, reconheceu Esnol, com pretensão de “tapá-lo para evitar futuras tragédias”.

António João, um dos moradores de Mandruzi teve a trágica informação com o pedido de socorro da mãe do menor, na última terça-feira. Entrei ao poço, o corpo começou a flutuar, com ajuda de pessoas conseguimos tirá-lo”, contou.

A mãe da vítima, Beatriz Inácio, contou que no momento do incidente estava no Mercado Mondha, a vender. “Veio uma vizinha a correr, contou-me que ouviu com vizinhos que Jaime estava com outras crianças no poço a tirar água e já não estavam a ver. Daí corri ao poço, [chegado ao local] não achei as crianças, muito menos vestígios. Comecei a gritar socorro, vieram vizinhos, expliquei-lhes o que ouvi, então um deles ganhou a coragem, entrou ao poço, não tardou, tirou meu filho sem vida”, disse. A mãe da vítima e alguns moradores estão indignados pela atitude do líder de Mandruzi, depois do infortúnio, supostamente por obrigar que inventassem a informação segundo a qual o menor morreu por doença, sob pena de prisão a quem participou no resgate. “Em vez de nos confortar, veio ameaçar-nos. Disse que, se não afirmarmos que a criança morreu de doença, seríamos todos presos”.

“Estou muito angustiada com esta situação, tentamos salvar. Queremos explicação”, destapou a mãe da vítima.

O “Profundus” tentou sem sucesso contactar o líder do bairro Mandruzi.

Dondo, de janeiro a esta parte, soma sete mortes por afogamento, sendo quatro no Vale Mandruzi depois do naufrágio, e nos poços, uma no bairro Consito, uma no bairro Nhamainga e uma recente em Mandruzi.

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