Comunicar para Mudança

Moçambique vai somando mestres em Biologia da Conservação pela Gorongosa

Doze jovens concluíram o Programa de Mestrado em Biologia da Conservação, com a duração de dois anos, no Parque Nacional da Gorongosa (PNG). Este número eleva para 36 mestres moçambicanos da área, nos últimos seis anos.

Os 12 jovens mestres já graduaram na última sexta-feira, no PNG, fazendo cumprir os objectivos do único Programa de Mestrado em Biologia da Conservação no mundo gerido inteiramente num parque nacional.

A representante dos novos mestres, Elsa Cândido Caetano, proferiu um discurso no qual os alunos expressaram a sua gratidão aos seus professores e mentores, bem como aos amigos e familiares, que lhes permitiram passar dois anos a estudarem no Parque Nacional da Gorongosa.

“Os vossos ensinamentos, conselhos e apoio incondicional foram fundamentais para o nosso crescimento intelectual e pessoal. Que cada um de vocês saiba que o vosso legado não se limita aos livros e às salas de aula, mas se estende à vida daqueles que tiveram a honra de ser vossos alunos”. Lê-se no comunicado do PNG, citando a mensagem dos graduados.

“Tal como os anteriores, estes novos mestres em Biologia da Conservação irão promover a conservação em Moçambique e no estrangeiro através do trabalho e do estudo contínuo”. Continua o documento.

O Programa de Mestrado oferece treinamento em biologia da conservação, ecologia e gestão ambiental.

Os estudantes aplicam directamente o conhecimento adquirido nos seus cursos em pesquisas práticas no Parque e na sua Zona de Desenvolvimento Sustentável para as suas dissertações de mestrado. Para tal, recebem uma bolsa integral do HHMI.

“ Todos os novos mestres desejam contribuir para a conservação em áreas protegidas em todo Moçambique, partilhando o modelo de desenvolvimento comunitário integrado e de conservação da Gorongosa“.

A cerimónia de graduação foi participada pela Secretária de Estado em Sofala, Cecília Chamutota; Reitor da UniZambeze, Bettencourt Capece; Vice-Reitor da UniLúrio, Fred Nelson; Directora-Geral Adjunto para a Área Científica e Pedagógica do ISPM, Elisa Matola; Administrador do distrito de Gorongosa, Pedro Mussengue; membros do Consórcio de BioEducação, líderes comunitários, amigos e familiares dos estudantes.

O programa de mestrado foi desenvolvido pelo Consórcio de BioEducação liderado pelo Parque Nacional da Gorongosa com três instituições moçambicanas de ensino superior, nomeadamente, Universidade Zambeze, Universidade Lúrio e Instituto Superior Politécnico de Manica, em parceria com a Universidade de Lisboa de Portugal.

O programa de mestrado é apoiado pelo Howard Hughes Medical Institute (HHMI), com sede nos Estados Unidos, e pelo Fundo de Desenvolvimento Institucional.

Enquanto isso, no próximo dia 3 de março, outro grupo de 12 estudantes, sendo seis mulheres a igual número de homens, vai começar a fazer mestrado na Gorongosa, representando todas regiões de Moçambique.

O Projecto da Gorongosa procura integrar a conservação e o desenvolvimento humano com o entendimento de que um ecossistema saudável irá beneficiar os seres humanos, que por sua vez serão motivados a apoiarem os objectivos do Parque Nacional da Gorongosa.

A investigação científica é parte integrante do plano de longo prazo para a restauração dos diversos ecossistemas da Gorongosa, porque o conhecimento ecológico aprofundado contribui para as decisões de gestão.

O Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson foi inaugurado em março de 2014, posicionando a Gorongosa como um dos centros de investigação mais avançados de África.

O laboratório atrai investigadores nacionais, regionais e internacionais. Os cientistas que realizam investigação no Parque vêm das Universidades Eduardo Mondlane e Lúrio em Moçambique, das Universidades de Coimbra e Lisboa em Portugal, da Universidade de Oxford na Inglaterra, e das Universidades de Harvard e Princeton nos EUA, bem como de muitas outras instituições.

Uma das funções mais importantes do Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson é proporcionar formação à próxima geração de cientistas moçambicanos através do Programa de BioEducação do Parque.

O laboratório acolhe um programa de estágio para jovens da Zona de Desenvolvimento Sustentável do Parque, workshops científicos para estudantes universitários e o Programa de Mestrado em Biologia da Conservação na Gorongosa. (Profundus).

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