Durante a primeira e segunda fases das manifestações, foram assassinadas 13 pessoas, sendo 5 (cinco) em Nampula, 3 (três) em Manica, 4 (quatro) na província de Maputo e 1 (uma) na cidade de Maputo. Nesta que é a terceira fase dos protestos que deve terminar na quinta-feira, 7 de novembro, foram assassinadas 11 pessoas por agentes da Polícia. Deste número 7 (sete) pessoas foram assassinadas no sábado, 2 de Novembro, na província de Nampula, sendo 3 (três) na cidade de Nampula e 4 (quatro) no distrito de Namialo. Ontem, a Polícia matou 4 (quatro pessoas): 3 (três) na província de Maputo e 1 (uma) na cidade de Maputo.
Pela primeira vez na história recente, o povo decidiu assumir as despesas de uma luta contestatária diante de um sistema que, para além de impedir o exercício do direito à manifestação, está a usar os meios que deviam estar ao serviço da segurança do povo para violentar e matar o mesmo povo que jurou proteger.
Na sua actuação, a Polícia deteve cerca de mil pessoas, parte das quais já em liberdade, e feriu centenas. Nem sempre as vítimas da Polícia são manifestantes. Temos casos de agentes da Polícia invadindo residências para jogar gás lacrimogénio e efectuar disparos. Neste momento, o país está mergulhado num caos sem precedentes.
As manifestações começaram no dia 21 de Outubro, essencialmente como forma de protestos contra os resultados eleitorais. Para além de se protestar contra a fraude, exige-se a reposição da verdade e justiça eleitoral.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) declarou a Frelimo (o partido governamental desde 1975) e Daniel Chapo como vencedores de uma eleição contestada pela oposição e descrita pela socie dade civil, e não só, como a mais fraudulenta desde 1994, quando foram realizadas as eleições instaladoras da democracia.
A forma como a Polícia actua sugere que os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos estão suspensos. (CDD).