O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) implementa diversas actividades no âmbito da campanha de 16 dias de activismo para a eliminação da violência contra mulher e rapariga no distrito de Maringué, na província de Sofala. Entre enfermeiras, raparigas, membros do Governo e a população em geral marcharam pela via do mercado antigo até à árvore Njale, na vila distrital, com dísticos e cânticos de repúdio contra a violência.
No distrito de Maringué, como em outros da Zona de Desenvolvimento do Parque Nacional da Gorongosa, a violência continua preocupante nas comunidades.
Juliana Michael, do Parque Nacional da Gorongosa, explicou que se pretende com esta marcha colocar fim à violência contra mulher e contra rapariga, considerando que Maringué tem registado de casos de violência.
No distrito de Maringué, houve redução num caso, comparativamente ao período de 2023 em que o distrito registou 30 casos contra 29 de 2024. E, ao mesmo tempo, há um aumento significativo de denúncias resultante de sensibilizações nas comunidades.
Para Juliana Michael, a violência não é apenas preocupação do governo, é também do Parque e da sociedade. “E queremos acreditar que esta campanha vai surtir efeitos positivos”, por isso, a representante do Parque em Maringué apela à denúncia de casos de violência e ao diálogo”.
A campanha de 16 dias de activismo evento teve o seu lançamento na última sexta-feira, em Maringué. A data leva a uma reflexão sobre as várias formas de discriminação e violência contras as mulheres.
Na ocasião, o director do Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE), Tomás Quembo, em representação da administradora distrital, apelou contra a violência citando descrições bíblicas para fazer perceber que é crime.
“Ficamos preocupados com atitudes de mulheres que não optam por diálogo em caso de qualquer dificuldade, jogam água quente para seus parceiros como forma de exigir algo. Condenamos esses actos, devemos ter pensamentos de amor, uma sociedade educada é uma sociedade próspera”, chamou atenção o director do SDAE.
O evento de lançamento de 16 dias de activismo contou com a participação de membros do governo do distrito e da população de Maringué. Das actividades do dia, destacaram-se a marcha, actuação de grupo cultural, apresentação de peças teatrais.
“Fico feliz em ver as mulheres a aderirem a marcha e sairão daqui com informação sobre a violência doméstica. Quero acreditar que teremos denúncias porque muita das vezes esses casos acontecem nas comunidades e o factor medo faz parte”, sublinhou a promotora de género de Subue, Isabel Feliciano Vilancajo.
Em 16 dias de activismo, a Gorongosa vai promover debates nas rádios, teatros, workshops, palestras e oficinas de género com o objectivo de consciencializar as comunidades sobre este mal. (Eugénio Becha – Maringué).