Estava marcada para ontem quinta-feira, uma greve de trabalhadores da empresa ECOFARM, no distrito de Chemba, na província de Sofala. Mas, pelo sonho de se ver sucesso nas famílias e na firma, vários actores estiveram “mergulhados” no caso para mediarem, estando agora suspensa a manifestação.
Sobre o caso, além do Governo de Chemba, “molhou-se” com as leis vigentes e princípios trabalhistas, a equipa da “Inspecção-Geral de Trabalho de Sofala, da OTM-CS de Sofala e de Mediação de conflitos laborais”. Foi um sucesso por agora, porque como diz o adágio “quem sente fome, um dia equivale a uma década”- é o caso dos trabalhadores que suspenderam a greve na quarta-feira (10.01).
Em causa, está o “atraso salarial de [dois meses], falta de equipamentos de trabalho, descontos e expulsão de trabalhadores sem respeitar a lei de trabalho”.
A equipa multissectorial manteve encontros separados com a empresa, com representantes dos trabalhadores e depois com a maioria dos empregados.
Agora os trabalhadores aguardam pelos respectivos salários em atraso até ao dia dos namorados, 14 de fevereiro, começando faseadamente no dia 24 de janeiro recente; equipamentos a serem adquiridos até à primeira quinzena de abril; os descontos enquanto as expulsões já vão obedecer a lei actualizada.
A greve está suspensa até ao dia dos namorados, se o acordo não for cumprido.
São dados confirmados pelo administrador de Chemba, Paulo Raposo que espera compreensão das partes envolvidas.
Em Moçambique, parece que virou moda algumas empresas, principalmente, do sector privado não cumprirem os acordos. A diferença com o Estado é o policiamento depois do incumprimento que dá origem a greve, aliás, a marcha com “bons olhos” é aquela dos camaradas, habitualmente para “saudar pelos esforços empreendidos no sentido de…”, mas quando é protagonizada por cidadãos ou ONG, a interpretação pode resultar em balas verdadeiras. (Muamine Benjamim).