O Parque Nacional da Gorongosa inaugurou recentemente uma nova fábrica para o processamento e extracção de mel na Vila Municipal de Gorongosa, uma das suas Zonas de Desenvolvimento Sustentável, na província de Sofala. É um modelo para cadeia de valor do mel pela Gorongosa.
A infra-estrutura foi concebida tendo em conta os princípios de construções resilientes e a responder os padrões internacionais para a distribuição dos processos internos e as medidas de qualidade. A instalação inclui secções para a recepção de mel, processamento, decantação, engarrafamento, rotulagem e controlo de qualidade.
A fabrica moderna prevê processar 1000 quilogramas de mel por dia e 100 toneladas anualmente.
Segundo o Supervisor da Fábrica de Mel da Gorongosa, Juvêncio António, o número de apicultores vai crescendo. Só em 2023, chegou a “550” sendo 154 mulheres, provenientes da Zona de Desenvolvimento Sustentável do PNG.
“A concepção desta unidade fabril vai impulsionar a comercialização do mel de maneira formal na região; vai reduzir o abate das árvores para a produção das colmeias tradicionais o que se alinha aos objectivos da Gorongosa ligados a Conservação; esta unidade de processamento serve também de modelo ao nível nacional e regional para entidades ligadas a cadeias de valor do mel; aumenta também a empregabilidade dos jovens”, avaliou o Supervisor da fábrica de mel.
O Parque Nacional da Gorongosa fornece aos apicultores os equipamentos necessários, tais como: “Fato de apicultor, colmeias, fumigadores, espanadores” etc para o início do desenvolvimento da apicultura pelas comunidades, e a assistência técnica aos apicultores; além de comprar o mel de todos os beneficiários do programa, garantindo o mercado para todo mel produzido por eles, explicou Juvêncio António, sublinhando que o preço de compra por enquanto é de “80 meticais por quilograma”.
Notavelmente, algum mel provem de cercas com colmeias que protegem os campos de produção agrícola contra elefantes que escapam da vedação da Gorongosa.
As abelhas enquanto afugentam elefantes que escapam dos limites do Parque Nacional da Gorongosa, de forma sustentável aumentam o rendimento nas plantações de café e de caju até 50%.
A construção da nova fábrica resulta do financiamento das embaixadas do Canadá e da Irlanda, em 174 mil dólares (um pouco mais de 11 milhões de meticais), para igualmente beneficiar as comunidades. (Muamine Benjamim).