Nos últimos 4 anos, em Sofala, 133 pessoas perderam a vida e outras 134 ficaram feridas por ataques de animais selvagens. A situação levou o governador e a secretária de Estado na província a se unirem com os gestores das zonas de conservadores e da Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC) para uma reflexão conjunta na busca de soluções.
Na última segunda-feira, o governo mostrou-se preocupado pelas devastações de campos agrícolas por animais selvagens, além de crimes ambientais que culminam com as detenções.
Os animais mais problemáticos nas comunidades são os elefantes, hipopótamos, búfalos e crocodilos, principalmente nos distritos de Chemba, Nhamatanda, Marromeu, Chibabava, Caia e Búzi.
“A morte de cidadãos e a destruição dos seus meios de subsistência não podem ser tratadas como um efeito colateral inevitável. É urgente que se definam mecanismos de resposta e compensação, bem como acções preventivas eficazes”, defendeu o governador de Sofala, Lourenço Bulha.
Em Sofala, segundo revelou Lourenço Bulha, cerca de 70% ou 80% dos crimes julgados têm conexão com o conflito fauna-bravia.
“Precisamos de soluções integradas que combinem medidas de protecção, educação comunitária, compensações e estratégias de coexistência pacífica. O actual modelo está a mostrar sinais de exaustão”, envolvendo as diferentes instituições, gestores das áreas de conservação, autoridades locais e respectivas comunidades, chamou atenção a secretária de Estado na província, Cecília Chamutota.
A preocupação aumenta pelas mudanças climáticas que Sofala não é excepção de Moçambique, abrindo uma “janela” de insegurança alimentar e extinção de espécies de animais altamente ameaçadas. (Profundus).