Comunicar para Mudança

PNG entrega 11.058 mudas de cajú a 322 produtores em Cheringoma

O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) está a apoiar a produção de cajú no distrito de Cheringoma. A produção desta cultura de rendimento começou com o Parque no distrito, actualmente contando com 11.058 plantas para 322 beneficiários.

Segundo o coordenador da agricultura no distrito de Cheringoma e Maringué, Edson Chisungue, pretende-se com a distribuição de mudas de cajú aos produtores, dar a cultura de rendimento no mesmo campo de produção. E enquanto se espera pelos resultados do cajueiro, é possível cultivar outras culturas nas entre linhas para criar outras fontes de renda.

“Damos assistência técnica desde o fornecimento de mudas até ao mercado”, reiterou o coordenador de agricultura da Gorongosa.

Coordenador da agricultura pelo PNG, no distrito de Cheringoma e Maringué, Edson Chisungue

A recente entrega de plantas decorreu na última sexta-feira, no bairro 3 de Fevereiro, dentro da vila de Inhaminga, em Cheringoma.

O produtor Malissane Pazura Singano recebeu 200 mudas para aumentar a área para 2 hectares, mas tem o sonho de atingir 100 hectares, futuramente.

O projecto de cajú está a ser visto como “ajuda às comunidades porque o rendimento é notável. Vou dar continuidade ao plantio de novas 200 mudas que recebi do Parque Nacional da Gorongosa porque já tenho outros cajueiros grandes a dar castanhas de cajú”, descreve o produtor.

Depois de vender o produto, “vou continuar a dar vida ao projecto. Quero atingir 100 hectares”, garante Singano.

Produtor Malissane Pazura Singano

Com a produção do cajú, “os meus filhos continuam a estudar. Já consegui apoiar a terminar a 12ª classe” louva o produtor que já pretende sustentar o filho a fazer ensino superior ou o curso de professor. Para tal, projecta maiores rendimentos este ano.

Malissane Singano pede a Gorongosa para estar atenta, apoiando-lhe no que for preciso, considerando que o projecto é de longa duração.

Em resposta, este ano, a Gorongosa vai “identificar uma área para fazer um bloco de produção onde vamos ter todos os interessados na produção do cajú, estando no mesmo sítio facilita a assistência técnica, e vamos recorrer como modelo a esse produtor [Singano] que recebeu plantas [recentemente]”, incentivando assim os outros a aderirem ao projecto.

Em dezembro de 2023, a Gorongosa assinou um memorando de entendimento de 5 anos com o Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM) que permitirá a colaboração através de 3 (três) principais linhas estratégicas de actuação: Promoção da cultura do caju por meio da produção orgânica; Processamento e agregação de valor através da instalação de uma fábrica que aumentará o uso total de caju; e Cooperação técnica entre as partes com foco nos produtores nos distritos abrangidos.

O projecto do cajú começou em 2017 com o objectivo de reflorestar as comunidades à volta do Parque e aumentar a sua renda. Até esta parte em Cherigoma são 11.058 plantas entregues a 322 beneficiários.

Inicialmente, o projecto arrancou com 50 mil mudas para beneficiar e trabalhar com cerca de 3.800 agricultores das quais 34 por cento mulheres em cinco distritos da zona tampão, nomeadamente, Gorongosa, Nhamatanda, Muanza, Maringué e Cheringoma. E existem planos para aumentar a mais um distrito, Dondo, envolvendo 7.000 agricultores.

O caju é uma cultura de geração de renda e, nas últimas décadas, Moçambique tem sido um dos maiores produtores da África.

O projecto de cajú está a ter aceitação nas comunidades porque já regista histórias de sucesso dos produtores. Em Cheringoma, especificamente, na comunidade de Chissadze, existe um agricultor que conseguiu produzir e comercializar através de uma área de 500 plantas, melhorando a sua condição financeira, além de apoiar a família.

O plano da Gorongosa é garantir que haja um benefício duplo, trabalhando com a fruta e processando a castanha. Neste caso, abrir a fruta para extrair amêndoas para exportar aos mercados americano e europeu. E também extrair os óleos como o CSNL (Cashew Nuts Shell Liquid) a exportar para os mercados asiáticos.

Além desta cultura de rendimento, o sector de agricultura da Gorongosa, também apoia as comunidades com sementes de milho, gergelim, feijão bóer, quiabo, cebola, repolho e de tomate para aplicarem no campo de demonstração no qual aprendem as técnicas agrárias a aplicarem nas machambas individuais.

A Gorongosa, igualmente, projecta que este apoio terá impactos significativos para o consumo dos produtos e outra parte para a venda, além de garantir sementes nos próximos anos. (Lucas Singale).

Fique atento

Subscreva a nossa newsletter para ficar a par das últimas novidades