O Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) e as Forças de Defesa e Segurança (FDS) juntos estão a “caçar” os reclusos que no dia 25 de dezembro passado, escaparam num total de 1.436 do Estabelecimento Penitenciário Especial da Máxima Segurança da Machava (EPEMS) e 98 do Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo (EPPM), totalizando 1.534 criminosos.
O comunicado do SERNAP expõe os fugitivos com as respectivas fotografias frontais, nome, assinatura digital e estado: número do Processo, anos de prisão, tipo de crime cometido e pena que recebeu.
Entre os 241, todos os homens que fugiram das cadeias e que constam na lista de fugitivos, está um cidadão ainda em fase de julgamento.
Um dia após a evasão, as autoridades moçambicanas anunciaram que recapturaram cerca de 150 reclusos.
O documento “Diligências para a recaptura de reclusos evadidos”, do SERNAP tornado público no primeiro dia de 2025 apresenta 322 recapturados e apenas 24 por recapturar dos 1.534 anunciados como fugitivos.
O SERNAP em coordenação com as FDS está em operações de busca intensiva, “tendo até ao momento recapturados 322 reclusos”.
“O Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) torna público que na sequência da rebelião ocorrida no dia 25 de dezembro de 2024, nos Estabelecimentos Penitenciários Especial da Máxima Segurança da Machava (EPEMS) e Provincial de Maputo (EPPM) que culminou com a evasão de 1.534 reclusos, sendo 1.436 do EPPMS e 98 do EPEMS está a efectuar diligências em coordenação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) com vista a recaptura dos reclusos”, lê-se no documento a que o “Profundus” teve acesso.
Entre os crimes que levaram a detenção dos fugitivos constam as ofensas corporais, uso de armas proibidas, venda e consumo de estupefacientes, furto qualificado, violência psicológica, trafico de drogas, roubo, posse ilegal de armas, atentado ao pudor, violência física simples e grave, furto agravado, violação de menor, ofensas corporais, subtracção de acessórios, armas proibidas, trato sexual com menor, burla, abate de espécies proibidas, homicídio qualificado, caça proibida, violação do domicílio, violação do segredo profissional, abuso de confiança, homicídio involuntário, ofensa corporal com intenção de injuriar, violação de domicílio, terrorismo, rapto e cárcere privado, maus-tratos contra pessoa idosa, associação para delinquir, falsificação de documentos, rapto concorrendo com crime de armas proibidas, burla agravada, subtracção de veículos, fraude nas vendas, entre outras acções criminais.
O SERNAP pede a colaboração da população na partilha de informações que ajudem a recaptura dos reclusos.
Lembre-se que a fuga dos reclusos dividiu opiniões diferentes entre o Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael e ministra que tutela a área de Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida e, ao mesmo tempo, terror para a sociedade.
Bernardino Rafael acusou aos manifestantes de incitarem a invasão, enquanto Kida diz que não há relação com as manifestações dos resultados eleitorais. Ou seja, um diz que a evasão começou de fora do muro, enquanto a responsável do sector diz que iniciou de dentro da cadeia. (Muamine Benjamim).